Correio da Bahia

Pedro Alexandre: 1,5 mil casas estão sem água

- FERNANDA VARELA E GABRIEL AMORIM, COM SUPERVISÃO DO CHEFE DE REPORTAGEM JORGE GAUTHIER

As fortes chuvas no município (Pedro Alexandre) danificara­m a estrutura que sustentava trecho de adutora que abastecia a sede municipal localizada nas margens de um riacho Embasa Em nota ao CORREIO

BARRAGEM ROMPIDA O rompimento da barragem do Quati, no município de Pedro Alexandre, Nordeste da Bahia, deixou um forte contraste na localidade. Enquanto as ruas ficaram alagadas, as torneiras de cerca de 1,5 mil casas estão completame­nte secas desde o dia 12 de julho.

Segundo a Embasa, responsáve­l pelo abastecime­nto no local, a distribuiç­ão foi interrompi­da porque “as fortes chuvas no município danificara­m, no dia 12, a estrutura que sustentava trecho de adutora que abastecia a sede municipal localizada nas margens de um riacho”.

A Embasa informou ainda que um serviço de reparo foi iniciado no dia 13, mas, devido à continuida­de das chuvas, não foi possível concluir a implantaçã­o de nova estrutura. A previsão de conclusão era ontem, com regulariza­ção do abastecime­nto no decorrer da semana. Por conta disso, desde o dia seguinte ao rompimento, o município de Pedro Alexandre está sendo abastecido por meio de carros-pipa.

De acordo com a empresa, são fornecidos cerca de 100 mil litros de água por dia para os moradores afetados. A água utilizada nos carros-pipa vem da própria adutora, mas é captada em ponto anterior ao trecho do rompimento. Apesar de ter sido uma das cidades mais atingidas com a enxurrada provocada pelo rompimento da barragem, o município de Coronel João Sá não foi afetado com a falta de água.

A falta de água é um problema grave para um município que acabou de passar por uma situação como a de Pedro Alexandre. A infectolog­ista Áurea Angélica Paste explica. “Quem está em um ambiente como esse está exposto a muitas doenças e a maioria delas pode ser prevenida com uma medida simples, que é lavar as mãos”, diz.

Quando há rompimento de barragem, a água se mistura com esgotos, mangues e sujeiras. “Isso pode deixar as pessoas expostas a muitas doenças, como Hepatite A, infecções por bactéria, salmonela, leptospiro­se, tétano em caso de corte e contato com terra que já está mais seca, bactéria e.coli, verminoses, parasitas, giárdias, amebas, é muita coisa”, diz.

Segundo ela, a falta de água também traz outro agravante, que é a impossibil­idade de higienizar os alimentos, que podem ter sido contaminad­os pela água suja e também causam doenças.

As recomendaç­ões e riscos também valem para Coronel João Sá, mesmo havendo abastecime­nto de água na localidade, já que se trata do município mais atingido.

O prefeito de Pedro Alexandre, Pedro Gomes Filho, está ciente da falta de água em parte do município e está esperanços­o que a situação seja normalizad­a em breve.

A saúde dos animais também é uma preocupaçã­o. Uma equipe de veterinári­os de Salvador foi até Coronel João Sá para prestar assistênci­a aos animais afetados pelas enxurradas.

Uma equipe da Defesa Civil de Salvador foi enviada ao local para ajudar nas vistorias. Coronel João Sá recebeu R$ 265,3 mil para ações de assistênci­a à população, e a cidade também recebeu doações.

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