Pedro Alexandre: 1,5 mil casas estão sem água
As fortes chuvas no município (Pedro Alexandre) danificaram a estrutura que sustentava trecho de adutora que abastecia a sede municipal localizada nas margens de um riacho Embasa Em nota ao CORREIO
BARRAGEM ROMPIDA O rompimento da barragem do Quati, no município de Pedro Alexandre, Nordeste da Bahia, deixou um forte contraste na localidade. Enquanto as ruas ficaram alagadas, as torneiras de cerca de 1,5 mil casas estão completamente secas desde o dia 12 de julho.
Segundo a Embasa, responsável pelo abastecimento no local, a distribuição foi interrompida porque “as fortes chuvas no município danificaram, no dia 12, a estrutura que sustentava trecho de adutora que abastecia a sede municipal localizada nas margens de um riacho”.
A Embasa informou ainda que um serviço de reparo foi iniciado no dia 13, mas, devido à continuidade das chuvas, não foi possível concluir a implantação de nova estrutura. A previsão de conclusão era ontem, com regularização do abastecimento no decorrer da semana. Por conta disso, desde o dia seguinte ao rompimento, o município de Pedro Alexandre está sendo abastecido por meio de carros-pipa.
De acordo com a empresa, são fornecidos cerca de 100 mil litros de água por dia para os moradores afetados. A água utilizada nos carros-pipa vem da própria adutora, mas é captada em ponto anterior ao trecho do rompimento. Apesar de ter sido uma das cidades mais atingidas com a enxurrada provocada pelo rompimento da barragem, o município de Coronel João Sá não foi afetado com a falta de água.
A falta de água é um problema grave para um município que acabou de passar por uma situação como a de Pedro Alexandre. A infectologista Áurea Angélica Paste explica. “Quem está em um ambiente como esse está exposto a muitas doenças e a maioria delas pode ser prevenida com uma medida simples, que é lavar as mãos”, diz.
Quando há rompimento de barragem, a água se mistura com esgotos, mangues e sujeiras. “Isso pode deixar as pessoas expostas a muitas doenças, como Hepatite A, infecções por bactéria, salmonela, leptospirose, tétano em caso de corte e contato com terra que já está mais seca, bactéria e.coli, verminoses, parasitas, giárdias, amebas, é muita coisa”, diz.
Segundo ela, a falta de água também traz outro agravante, que é a impossibilidade de higienizar os alimentos, que podem ter sido contaminados pela água suja e também causam doenças.
As recomendações e riscos também valem para Coronel João Sá, mesmo havendo abastecimento de água na localidade, já que se trata do município mais atingido.
O prefeito de Pedro Alexandre, Pedro Gomes Filho, está ciente da falta de água em parte do município e está esperançoso que a situação seja normalizada em breve.
A saúde dos animais também é uma preocupação. Uma equipe de veterinários de Salvador foi até Coronel João Sá para prestar assistência aos animais afetados pelas enxurradas.
Uma equipe da Defesa Civil de Salvador foi enviada ao local para ajudar nas vistorias. Coronel João Sá recebeu R$ 265,3 mil para ações de assistência à população, e a cidade também recebeu doações.