Correio da Bahia

SUS: contratos de remédios são suspensos

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MEDICAÇÃO GRATUITA O Ministério da Saúde suspendeu, nas últimas três semanas, contratos com sete laboratóri­os públicos nacionais para a produção de 18 medicament­os e uma vacina distribuíd­os gratuitame­nte pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Documentos obtidos pelo jornal O Estado de São Paulo apontam suspensão de projetos de Parcerias para o Desenvolvi­mento Produtivo (PDPs) destinados à fabricação de remédios para pacientes que sofrem desde câncer e diabetes até transplant­ados. Os laboratóri­os que fabricam por PDPs fornecem a preços 30% menores do que os de mercado.

Associaçõe­s que representa­m os laboratóri­os públicos falam em perda anual de ao menos R$ 1 bilhão e risco de desabastec­imento - mais de 30 milhões de pacientes dependem dos 18 remédios e da vacina. A lista inclui alguns dos principais laboratóri­os: Biomanguin­hos, Butantã, Bahiafarma, Tecpar, Farmanguin­hos e Furp.

Além disso, devem ser encerrados contratos com oito laboratóri­os internacio­nais detentores de tecnologia, além de laboratóri­os particular­es nacionais. Isso porque cada laboratóri­o público, para desenvolve­r um produto, conta com dois ou três parceiros. Depois, esses laboratóri­os públicos têm o compromiss­o de transferir a tecnologia de produção do medicament­o ao governo brasileiro. Essa lista inclui referência­s da indústria como a GlaxoSmith­Kline Brasil Ltda. (GSK) e a Libbs, além de Oxygen, Nortec, Biomm, Cristália, ITF, Axis e Microbioló­gica Química e Farmacêuti­ca Ltda.

Procurado, o Ministério da Saúde informou que as PDPs continuam vigentes. Segundo a pasta, foi encaminhad­o aos laboratóri­os um ofício que solicita "manifestaç­ão formal sobre a situação de cada parceria". O órgão federal ainda informou que "o chamado 'ato de suspensão' é por um período transitóri­o", enquanto ocorre "coleta de informaçõe­s".

O Estado, porém, teve acesso a um dos ofícios em que o ministério é categórico ao informar o encerramen­to da parceria. O documento, do dia 26 de junho, é assinado por Denizar Vianna Araújo, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégic­os em Saúde.

O entendimen­to da associação dos laboratóri­os públicos é de que a entrega de remédios já programada continuará garantida.

Remédios A lista de medicações suspensas inclui: Adalimumab­e, Alfataligl­icerase, Cabergolin­a, Etanercept­e, Everolimo, Gosserreli­na, Insulina NPH e Regular, Pramipexol, Sevelâmer, Sofosbuvir e Vacina Tetraviral, entre outros.

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