Operação prende 14 ligados à milícia da Muzema no Rio
OBRA IRREGULAR Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio prendeu, ontem, 14 pessoas acusadas de integrar a quadrilha apontada como responsável por exploração imobiliária clandestina em área de Mata Atlântica, na comunidade da Muzema. Cerca de 7 mil metros quadrados de mata foram desmatados para a construção de prédios que, segundo o MP, não ofereciam condições mínimas de segurança aos moradores. Dois deles desabaram em 12 de abril, deixando 24 mortos. Uma milícia estaria por trás da incorporadora clandestina.
Além das prisões, foram encontradas seis armas, munições, e R$ 1,5 milhão em dinheiro e cheque, além de documentos de transações imobiliárias.
Segundo o subcoordenador do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema) do MP do Rio, promotor Plinio Vinicius D'Ávila Araújo, chamou a atenção o fato das construções na Muzema terem sido erguidas em área "impossível de não ser notada", já que estava próxima de vias movimentadas da região.
O promotor apontou que as "obras faraônicas" não poderiam ser realizadas sem a anuência de servidores públicos. "Não é possível construir obras dessa forma sem a anuência, ainda que tácita, do serviço público", disse. Entre os denunciados está uma servidora da prefeitura que, segundo o promotor, teria facilitado o acesso da milicia a dados do município e ajudando o grupo na obtenção de laudos.