Estudantes encaram maratona de estudos
Todo professor diz que para se dar bem na prova do Enem o estudante precisa saber cronometrar bem o tempo que tem para fazer a prova. Estudante do 3º no Colégio Estadual de Aplicação Anísio Teixeira, Glacy Kelly Moraes, 17 anos, ainda não fez a prova, mas, todos os dias, precisa controlar direitinho o tempo para dar conta da rotina puxada de estudos.
Pela manhã, frequenta o colégio, à tarde se dedica a um cursinho preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ainda encontra disposição para todas as noites, de segunda a sexta-feira, ir para o curso técnico em Enfermagem, mesma área em que pretende conquistar uma vaga na universidade.
Assim como ela, muitos estudantes vivem duplas ou triplas jornadas para conciliar a rotina intensa de estudos para o Enem com o trabalho ou até outra faculdade.
Com todos esses afazeres, Glacy fica mais de 14 horas fora de casa e ainda tem que estudar quando retorna para casa. “É puxado, mas dá para conciliar. Meu ônibus tem horários certinhos, se eu seguir tudo certo, não me atraso. Além de dormir na hora certa também”, explica a estudante, que considera a disciplina fundamental para conseguir cumprir a rotina.
Glacy é uma das 800 estudantes que ganharam bolsa do projeto ‘Ingressar’, da Prefeitura de Salvador, para estudar de graça em pré-vestibulares da capital.
Como ela, vários de seus colegas no Pré-Enem, um dos cursinhos credenciados no programa da prefeitura, têm mais de uma jornada.
O estudante Gabriel Souza, 17, está matriculado no terceiro ano em um colégio público e na última segunda-feira começou a se preparar para o exame no Pré-Enem.
“O reforço [no cursinho] é extremamente necessário. Só com os estudos do colégio, eu acho que não conseguiria alcançar a faculdade pública”, diz o estudante, que quer garantir uma vaga em Ciências Contábeis na Ufba.
Jovens chegam a fazer três turnos de aulas e revisão antes do Enem
TURNO EXTRA
Com a adição de mais um turno de estudos, os alunos terão que se esforçar ainda mais para conseguir dar conta dos conteúdos passados pelos professores.
Buscando ingressar no curso de Biomedicina, Luana Bispo, 17, estudava cerca de cinco horas por dia depois da escola e vai ter que buscar outros horários para estudar.
“Estou iniciando o cursinho, então não tenho ideia ainda de como vou administrar meu tempo pra conseguir estudar além das horas de colégio e curso”, disse.
A estudante Juliana Victória Dias, 17 anos, também viu sua rotina ser completamente alterada com a aproximação do Enem. Por dia, são cerca de 15 horas de estudos. Nas 9 horas que restam, aproveita para descontrair nas redes sociais e dormir. Aluna do 3º ano do ensino médio no Colégio Vitória Régia, ela estuda pela manhã, das 7h às 12h10. Em outros anos, após a