Feirão dará descontos de até R$ 30 mil
VEÍCULOSCom descontos de até R$ 30 mil e carros a partir de R$ 33.990, o Combate das Marcas terá sua 21ª edição entre esta sexta-feira e o domingo (21) no Shopping Bela Vista, em Salvador. Serão dez marcas e 24 concessionárias oferecendo descontos e vantagens especiais. Dentre elas estão taxa zero, IPVA grátis, parcelamento em até 60 vezes, além da oferta de carros sem entrada.
Para esta edição, a expectativa é vender em torno de 800 carros, número 5% maior do que o feirão do mesmo período do ano passado, e a presença de 8 mil pessoas circulando nos três dias de evento. “No ano passado, nós tivemos 773 vendas. Queremos ultrapassar a faixa de 800 carros vendidos nesta edição e ter uma movimentação financeira de R$ 45 milhões”, afirmou Leonardo Sahade, diretor da Soma, empresa organizadora do evento.
Para o diretor regional da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Raimundo Valeriano, junho e a primeira quinzena de julho foram fracos em venda para O governo tem falado de várias iniciativas que tomará, mas ainda são intenções. A liberação de dinheiro do FGTS tem fôlego curto. A reforma tributária ainda não foi explicada. As privatizações não aconteceram. Mas a tentativa de mudar o mercado de gás teve algum avanço. O acordo do Cade com a Petrobras para acabar com o monopólio da empresa no setor foi um passo na direção correta. Há muitos obstáculos a superar para viabilizar o gás do pré-sal a preços competitivos. O maior deles será construir a infraestrutura de transporte, o que deve consumir bilhões de dólares em investimentos e alguns anos em obras. Outro problema será lidar com as concessões estaduais de distribuição, que não poderão ser revistas de uma hora para outra e vão exigir muita negociação para evitar que o tema seja judicializado.
O ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) David Zylbersztajn diz que o acordo entre o órgão de defesa da concorrência e a Petrobras aconteceu muito mais por iniciativa da empresa, que precisa vender ativos e se concentrar nas áreas mais lucrativas do negócio. Para se ter uma ideia, a taxa de retorno o setor automobilístico o que gera uma demanda reprimida para as vendas atuais.
“A primeira quinzena deste mês está pior do que o na exploração de petróleo pode chegar a 30%, enquanto no setor de gás gira em torno de 7% a 8%. Ele acha que o Cade demorou demais a agir contra o monopólio e lembra que o órgão só se manifestou oficialmente após a greve dos caminhoneiros.
“É um movimento atrasado, mas antes tarde do que nunca. Hoje, para fazer gasoduto é muito mais difícil do que há 20 anos. Há um adensamento populacional que dificulta a passagem do duto. Há restrições ambientais maiores e custos mais elevados para aumentar a rede, que é incipiente no Brasil. Vamos ter mais gás do que infraestrutura aqui”, afirmou.
Segundo dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o Brasil produz 112 milhões de m3 de gás natural e a mês passado, mas com o Combate vai ficar melhor. O objetivo é esse. A ação é para recuperar o resultado dos últimos meses”, destacou Valeriano.
Ontem, representantes do Combate das Marcas e da Rede Bahia assinaram uma parceria. Estiveram presentes Leonardo Sahade, Raimundo Valeriano, Cláudio Najar, gerente comercial da TV Bahia, e Juliana Jozzolino, diretora de mercado da Rede Bahia. expectativa é dobrar esse número nos próximos 10 anos. O investimento é alto: para levar o gás do pré-sal até a costa terão que ser construídos mais três gasodutos a um custo de US$ 9 bilhões.
Hoje, há apenas dois, e um terceiro está em fase final de obras. Além disso, será preciso mais três Unidades de Processamento de Gás Natural, que custariam US$ 3 bilhões, e a malha de transporte e distribuição em terra teria que ser ampliada fortemente.
“A infraestrutura brasileira tem 9,4 mil km de gasodutos de transporte e 34,6 mil km de gasodutos de distribuição. Os Estados Unidos têm uma malha cerca de 100 vezes maior. A Argentina, com 1/3 do território brasileiro, tem 16 mil km de gasodutos de transporte, quase o
“É uma parceria efetivamente de sucesso. As condições que hoje o feirão proporciona aliadas a nossa possibilidade de comunicação, fazem com que o evento de fato seja um sucesso. Nós já estamos juntos desde a primeira edição e a gente pretende continuar seguindo nesse ritmo porque nós já temos um formato que atende a essas expectativas”, destacou Juliana Jozzolino.
Nós queremos ultrapassar a faixa de 800 carros vendidos nesta edição e ter uma movimentação de R$ 45 milhões
Raimundo Valeriano
Diretor regional da Fenabrave
blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/
dobro do Brasil “, explica Adriano Pires, do CBIE.
Zylbersztajn diz que há três opções em estudo sobre a melhor opção de logística para o gás do pré-sal:
“Esse gás pode chegar à costa por dutos, mas pode também ser transformado em energia elétrica no alto-mar, construindo uma térmica ao lado das plataformas e aí se levar a energia. Há ainda uma terceira possibilidade, que é construir uma usina de liquefação e trazer o gás de navio. Tem que ver o que é mais competitivo”.
Seja como for, o gás tem aumentado a sua importância na matriz energética mundial, porque é fonte mais barata e pouco poluente. É o combustível de transição na busca de uma matriz com menos emissão. O Brasil terá que aproveitar as enormes reservas do pré-sal não só do ponto de vista econômico, mas também ambiental. O gasoduto Brasil-Bolívia já não tem mais a importância que teve no passado. Hoje, representa 30% do gás que é consumido no país, mas isso poderá ser substituído pelo gás da costa brasileira. Zylbersztajn acha que é possível renegociar contratos para ter preços mais baratos dos bolivianos: “Estamos falando de um projeto que já tem 20 anos e que já foi bastante amortizado. Na época, fazia sentido, porque o Brasil tinha pouco gás. Hoje, temos o pré-sal e é viável tentar uma renegociação para reduzir os preços”.
A negociação com as distribuidoras de gás ainda é incerta. Elas têm contratos de concessão de longo prazo que garantem o monopólio nos estados. A Petrobras é sócia em várias delas e terá que vender sua parte, pelo acordo com o Cade. Há muito a fazer. Mas o Brasil será empurrado para aproveitar o gás do pré-sal porque há um limite técnico do que pode ser reinjetado nos poços, como acontece hoje. E queimar o gás aumenta as emissões. Por tudo isso, os especialistas acham que o projeto irá adiante.