Bolsonaro quer que Mercosul se torne ‘mais enxuto e dinâmico’
ARGENTINA O presidente Jair Bolsonaro disse ontem durante a 54ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, em Santa Fé, na Argentina, onde assumiu a presidência temporária do bloco, que o acordo com a União Europeia representa "resultado concreto" de uma nova orientação do grupo econômico, sem viés ideológico. "Quero aproveitar a ocasião para firmar o compromisso do governo para modernização e abertura do bloco. Sem viés ideológico, que tanto critiquei enquanto parlamentar. Vencemos essa barreira", disse.
Bolsonaro disse que quer trabalhar para um Mercosul "mais enxuto e dinâmico" e que pretende, como novo presidente pró-tempore do bloco, continuar com o trabalho argentino de extinguir comissões que estão obsoletas.
O presidente afirmou que o Brasil quer, à frente do Mercosul, dar prosseguimento a acordos com outros países. A posição do presidente brasileiro foi endossada pelo chefe de Estado argentino, Mauricio Macri: "Acordo com União Europeia não é ponto de chegada, é ponto de partida", disse. Nos últimos dias, os técnicos dos quatro países sinalizaram que há acordos já engatilhados com a Associação Europeia de Livre-Comércio e com o Canadá.
Já internamente, entre os membros do Mercosul, Bolsonaro disse que quer se dedicar "a fazer uma união aduaneira". "Trabalharemos para incluir automóveis e açúcar na união aduaneira no Mercosul."
Bolsonaro voltou a se referir ao tratamento usado em casos de câncer para falar sobre ajustes que têm de ser feitos na economia brasileira. Ele afirmou que a reforma da Previdência é uma "quimioterapia" necessária para o país. Complementou que interessa aos países da América do Sul e do Mercosul que a economia brasileira esteja bem, e, reiterou, que a reforma é necessária para isso.