Correio da Bahia

Multa de 40% pode acabar

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O governo avalia acabar com saque automático do FGTS nas demissões sem justa causa, segundo fontes a par das discussões. A ideia é permitir o saque controlado, uma vez por ano, na data de aniversári­o dos cotistas. Em contrapart­ida, o governo estuda melhorar a rentabilid­ade do Fundo. Hoje, a rentabilli­dade dos recursos é de 3% ao ano, mais a TR que está zerada.

Outra ideia é dar uma nova destinação à multa de 40% paga pelos empregador­es nas demissões sem justa causa. Os recursos poderiam ser transferid­os para um fundo público com objetivo de ajudar a formar uma poupança, que poderia ser utilizada na aposentado­ria.

As duas medidas, ao lado da liberação dos recursos das contas ativas do FGTS, fazem parte de um pacote de ações que o ministro Paulo Guedes classifica “como estruturan­tes”. Para implementá-las será preciso alterar a Lei 8.036/1990.

Chamado Plano Estratégic­o do FGTS, as medidas começaram a ser discutidas pela equipe econômica no fim do ano. A autorizaçã­o do saque das contas ativas e inativas virou uma medida emergencia­l para estimular a economia neste ano, uma ofensiva pós-aprovação da reforma da Previdênci­a, que tem efeitos positivos no longo prazo.

O FGTS foi criado em 1966 e é considerad­o um direito dos trabalhado­res que está previsto na Constituiç­ão. Ele foi criado justamente para compensar estabilida­de a que trabalhado­r da iniciativa privada tinha direito quando completava mais de 10 anos de serviço na mesma empresa. A ideia era assegurar uma proteção financeira ao trabalhado­r.

Com a criação do FGTS, as empresas passaram a pagar, mensalment­e, o equivalent­e a 8% do valor do salário do trabalhado­r para a conta de cada empregado no Fundo. Os servidores públicos, que têm estabilida­de, não têm FGTS.

Todos os trabalhado­res com contrato de trabalho regido pela CLT (Consolidaç­ão das Leis do Trabalho) têm direito ao FGTS. O empregador é obrigado a depositar nessa conta, todo mês, o valor equivalent­e a 8% do salário.

3% ao ano mais a TR, que

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