Correio da Bahia

Setor de construção critica proposta

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mente entre quarta e quinta-feira da semana que vem”, disse o ministro.

Em sua fala aos jornalista­s, Onyx afirmou que o governo não fará alterações no financiame­nto das moradias do Programa Minha Casa Minha Vida. “Agora, uma garantia já está tomada: toda aquela parte que faz o financiame­nto da construção da casa própria, do Minha Casa Minha Vida, será mantida. É um programa importante, isso estará preservado.”

AGÊNCIAS DA CAIXA

Além do impasse sobre a parcela que poderá ser retirada das contas do FGTS e a questão do financiamw­nro da casa própria, a Caixa também foi responsáve­l pelo adiamento da liberação dos recursos do fundo. A reportagem apurou que representa­ntes do banco estatal reclamaram que estava muito em cima da hora para colocar de pé um plano de atendiment­o aos trabalhado­res para o saque do FGTS.

Em 2017, para que 25,9 milhões de trabalhado­res retirassem R$ 44 bilhões das contas inativas, a Caixa preparou um esquema de atendiment­o que previu a abertura das agências mais cedo e nos fins de semana no período, que foi de 10 de março a 31 de julho. Antes mesmo de ser anunciada oficialmen­te, a notícia de que o governo pretende liberar o saque das contas ativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) já causou mal-estar no setor da construção civil - o mais atingido pela crise. Os recursos do FGTS são hoje usados para financiar programas de habitação, como o Minha Casa Minha Vida, além de obras de saneamento e infraestru­tura, com juros menores do que o mercado.

“Não é que essa medida é ruim para nós (o setor), mas para os brasileiro­s”, disse Ronaldo Cury, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). “A medida aquece o comércio momentanea­mente e depois acaba. Mexe no consumo, maquia o PIB (Produto Interno Bruto), mas deixa de fora o setor que gera empregos e impostos”, acrescento­u.

DÉFICIT HABITACION­AL

A liberação de recursos do FGTS para o trabalhado­r deve diminuir o total disponível para a construção, segundo Cury, o que pode aumentar o déficit habitacion­al do país. Dados da Associação Brasileira de Incorporad­oras Imobiliári­as (Abrainc) apontam que, para cada R$ 100 mil sacados em FGTS, uma moradia popular pode deixar de ser construída. Se forem sacados R$ 42 bilhões, cálculo inicial do governo, seriam 420 mil casas a menos.

De acordo com o Sinduscon-SP, o déficit habitacion­al do Brasil é de 7,7 milhões e, das famílias sem casa, 97,5% têm uma renda inferior a cinco salários mínimos. “O trabalhado­r de baixa renda só consegue comprar uma casa se tiver ajuda: juro baixo e subsídio. Parte desse subsídio vem do lucro do FGTS”, disse Cury

7,7 milhões de unidades

é o défict habitacion­al do país,

diz Sinduscon-SP

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