Irmão do líder do Talibã morre em ataque a mesquita
PAQUISTÃO O irmão do mulá Haibatullah Akhundzada, líder dos talibãs, morreu, ontem, em um ataque a uma mesquita do Paquistão. Ao todo, segundo as autoridades locais, quatro pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas na explosão, que aconteceu na cidade paquistanesa de Kuchlak, a 25 quilômetros de Quetta, no sudoeste do país.
Segundo Muhammed Furqan, da central de polícia de Kuchlak, a explosão foi provocada pela denotação de uma bomba improvisada.
Ainda segundo Furqan, o artefato estava escondido no local de onde o imã (o equivalente a sacerdote para os muçulmanos) dirigia a oração das sextas-feiras. "O imã Hafiz Ahmadullah também morreu", acrescentou.
"A bomba era um dispositivo equipado com um relógio, que foi colocado debaixo da cadeira de madeira onde ficava o imã", acrescentou Abdul Razzaq, chefe de polícia de Quetta.
Um porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, confirmou a morte do imã em mensagem no Twitter. Hafiz Ahmadullah foi identificado pelo porta-voz como irmão do mulá Haibatullah.
De acordo com Zabihullah, outros líderes talibãs morreram no ataque e o filho de Haibatullah está entre os feridos. Até o fechamento desta edição, o atentado não havia sido reivindicado por nenhum grupo.
Na terça-feira (13), os talibãs anunciaram ter avançado em um acordo com os Estados Unidos para resolver os quase 20 anos de conflito no Afeganistão. Os negociadores dos dois países se encontraram no Catar. Uma nova reunião ainda será marcada entre os dois países para assinatura do acordo.
No encontro com os EUA, os talibãs reivindicaram a retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão. Já os EUA pediram garantias para que o Paquistão não volte a "dar abrigo a terroristas".
Os paquistaneses suspeitam de que o governo do Afeganistão, inimigo do Talibã, esteja por trás do ataque. As autoridades afegãs, no entanto, não comentaram sobre a explosão na mesquita do país vizinho.
Atualmente, os Estados Unidos mantém cerca de 14 mil militares no Afeganistão, com a função de treinar as forças afegãs para combater o terrorismo. O presidente dos EUA, Donald Trump, no entanto, já divulgou seu desejo de retirar as tropas norte-americanas do país.