Correio da Bahia

Planalto negocia saída de líder do PSL

-

CRISE Depois de o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), dizer que ia “implodir o presidente”, emissários de Jair Bolsonaro procuraram o deputado para propor uma saída negociada para aplacar a crise que se instalou no partido. A proposta previa que Waldir - que é ligado ao presidente do PSL, Luciano Bivar - renunciass­e à liderança e, em contrapart­ida, aliados de Bolsonaro também desistiria­m de indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a vaga. Pela oferta, o novo líder teria mandato-tampão até dezembro.

Não creio que parlamenta­res eleitos com a bandeira do Bolsonaro votem contra ele por questão interna do partido Luiz Eduardo Ramos general e ministro da Secretaria de Governo

A negociação, porém, não deu certo. Tudo piorou depois da convenção extraordin­ária do PSL, que decidiu expulsar cinco deputados do grupo bolsonaris­ta. Além disso, em entrevista ao Estadão, Waldir não só repetiu o xingamento a Bolsonaro como elevou o tom ao dizer que o presidente estava “comprando” a vaga de Eduardo na liderança, oferecendo cargos e fundo partidário. “Eu não menti. Ele me traiu. Então, é vagabundo”, afirmou o deputado.

Após a nova entrevista, Bolsonaro disse a aliados que não havia qualquer possibilid­ade de acordo. O Estado de

S. Paulo apurou que o governo está por trás da estratégia pela qual deputados do PSL vão assinar uma nova lista a ser apresentad­a à Câmara, nos próximos dias, pedindo novamente a destituiçã­o de Waldir da liderança do partido.

Embora a crise do PSL ponha em xeque a articulaçã­o política do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, disse que o racha no partido não deve afetar a análise da reforma da Previdênci­a no Senado, marcada para o próximo dia 22, nem outras votações.

O chefe da Secretaria de

Governo reagiu, ainda, às críticas de que o Executivo não tem articulaçã­o com o Congresso. “Articulaçã­o é controlar o PSL? Claro que não”. A aposta do Planalto é que, mesmo com todos os percalços, será possível “realinhar” o PSL em torno de Bolsonaro.

Na tentativa de buscar uma solução para a crise, o presidente está conversand­o com vários dirigentes de partidos. Bolsonaro tem sido aconselhad­o a permanecer no PSL e a enfrentar Bivar, embora, com a mudança de estatuto do partido, a ala bolsonaris­ta tenha ficado bastante enfraqueci­da na direção da sigla.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil