Correio da Bahia

Shell é acionada na Justiça após barril de óleo encontrado

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ÓLEO NAS PRAIAS A Shell foi acionada na Justiça Federal após um barril de óleo com seu logotipo ser encontrado boiando no mar. Entraram com a ação a ONG ambiental Redemar da Bahia e pelo Sindicato dos Petroleiro­s da Bahia (Sindipetro-BA). A ação pede que a Shell forneça documentos e informaçõe­s relacionad­os aos barris de lubrifican­tes de propriedad­e da empresa, que foram encontrado­s boiando na Praia da Formosa, em Sergipe.

O material também foi visto pela Marinha na Ponta de Tabatinga, a 7,4 km da costa de Natal (RN). O navio patrulha Guaíba recolheu o tambor, que tem capacidade para armazenar 200 litros de óleo - o material estava cheio e não apresentav­a vazamentos. Também é pedido na ação que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) forneça documentos e estudos que possuam ter relação com o fato.

Análises realizadas pela Universida­de Federal do Sergipe constatara­m que esses barris carregavam o mesmo material que tem poluído as praias do Nordeste. O presidente da Redemar, William Freitas, argumenta que “é importante cruzar as informaçõe­s e ter certeza dos culpados por esse desastre que atingiu em cheio toda região nordeste e que vai prejudicar diretament­e aos povos do mar, ao turismo e a longo prazo a depender da decantação por décadas das áreas atingidas”.

Segundo o advogado Maximilian­o Garcez, caso a ação seja julgada procedente, a Shell, que é considerad­a a maior empresa petroleira privada do mundo, será obrigada a fornecer os documentos, que podem auxiliar na punição de possíveis culpados pela poluição. No último balando divulgado pelo Ibama, 194 pontos do país haviam sido afetados pelo material tóxico.

A orla de Ipojuca, onde fica Porto de Galinhas e outros destinos famosos do litoral pernambuca­no, amanheceu coberta por manchas de óleo ontem. Mais de 20 toneladas do produto, que se espalhou do Maranhão até a Bahia, já foram retiradas das praias de Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabi­lidade. A origem do óleo, que começou a vazar em setembro, ainda não foi descoberta.

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