Correio da Bahia

Morta a facadas já tinha denunciado ex

-

FEMINICÍDI­O A dona de casa Suse Oliveira Bonfim, 50 anos, se preparou cedo para a festa de aniversári­o que iria na noite do último sábado (19), na localidade do Bate Coração, em Paripe. Antes, ela decidiu visitar a filha mais velha, Priscila Bonfim, 26, que é dona de uma esmalteria na cidade de Simões Filho, para se arrumar para o evento. O que mãe e filha não imaginavam é que aquele seria o último encontro das duas juntas.

“Minha mãe veio me ver. Queria que eu a arrumasse. Arrumei sem saber que era nossa despedida. Foi a última vez que a vi, ainda acompanhei minha mãe até o ponto no final da tarde, depois dela toda arrumada”, lembrou Priscila, 26, filha mais velha da dona de casa.

Suse foi morta a facadas na madrugada de anteontem, por volta das 2h, e o principal suspeito do crime é seu ex-esposo, identifica­do apenas como Jorge, com quem foi casada durante 16 anos e com quem teve uma filha de 14. O corpo da dona de casa foi sepultada no Cemitério de Simões Filho na manhã de ontem.

O casal estava separado há 10 meses e brigava na Justiça pela separação dos bens desde janeiro deste ano. Durante a ação do criminoso, outros dois rapazes que tentaram socorrer Suse ficaram feridos e precisaram de atendiment­o médico.

Suse pretendia ficar com a casa onde o casal morou com a filha de 14 anos. No entanto, apesar de concordar com a separação, Jorge não aceitava o fato de ter que separar os bens.

De acordo com Priscila, Jorge possui casas de aluguel em Paripe e é dono de uma loja de material de construção no bairro. Ela não concordava com o casamento da mãe, pelo fato de Jorge ser agressivo e já ter agredido ela, o que resultou numa prisão na Delegacia Especial de Atendiment­o à Mulher (Deam) de Brotas, e a um processo de medida protetiva.

“Ele até aceitava a separação, mas não queria a separação de bens. Não queria que minha mãe ficasse com a casa com a filha deles. Ele foi preso uma vez depois de ter agredido ela da mesma maneira, com uma faca. Passou apenas duas noites preso e foi liberado”, explicou.

Priscila lembrou ainda que quando morava com a mãe, presenciav­a as brigas do casal que, segundo ela, eram recorrente­s, principalm­ente aos finais de semana, quando Jorge bebia. Ela relatou que chegou a sair da casa da mãe para morar em outra cidade por conta das discussões.

Minha mãe veio me visitar. Queria que eu a arrumasse. Ia a uma festa de aniversári­o. Arrumei sem saber que era nossa despedida. Foi a última vez que a vi Priscila Bonfim

Filha mais velha da dona de casa Suse Oliveira Bonfim, 50 anos, morta a facadas na madrugada de anteontem, por volta das 2h; o principal suspeito do crime é o ex-marido identifica­do como Jorge

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil