Pacientes dizem que mortes estão ligadas ao problema
Ele recebeu o mesmo alumínio que os demais pacientes e teve excesso do metal. Sentia falta de ar, dores nas pernas e cansaço Marlene
Ao menos 25 mortes de pacientes que faziam tratamento na DaVita estariam relacionadas à contaminação por alumínio. É o que dizem os pacientes que continuam fazendo hemodiálise na clínica. “A gente sabe que os óbitos aconteceram logo após o período da contaminação, mas as famílias na ocasião não tinham conhecimento do erro da clínica”, declarou Cintia Carla da Silva Gomes, 41, um dos pacientes contaminados.
“Estou de luto por meu marido há três meses e é um misto de dor, revolta e medo, principalmente, porque assim como ele, também fui contaminada e posso morrer a qualquer momento por cauda do erro da clínica”, desaba Sandra, esposa de Gilson de Jesus Silva, 46, que faleceu em agosto deste ano. Gilson fazia hemodiálise no mesmo endereço há 18 anos. “Eu conheci ele lá. Na época, tudo era fiscalizado”, conta Sandra.
O casal ficou junto por quatro anos. “A convivência era muito intensa. Íamos para a DaVita juntos, médicos juntos. Saudade não tem tamanho. Choro todas as noites. Não tenho dúvida que a morte tem a ver com o alumínio. Além do sofrimento pela ausência, fico apreensiva porque posso ter o mesmo triste fim dele”, disse Sandra.
Em agosto último, Carlos Antônio de Jesus, 60, passou mal na própria DaVita e foi socorrido para o Hospital da Bahia, onde passou uma semana internado antes de morrer no dia 26 de agosto. “Ele recebeu o mesmo alumínio que os demais pacientes e teve excesso do metal. Isso pode ter complicado ainda mais. Sentia falta de ar, dores nas pernas e cansaço”, relembra Marlene, cunhada de Carlos. A filha dele, Juci, não se conforma: “A causa da morte a gente não sabe. Foi algo muito inesperado. Minha mãe está muito abalada. A gente nem foi buscar a certidão de óbito.”
Cunhada de Carlos Antônio de Jesus, 60, que passou mal na própria DaVita e, depois de uma semana internado, faleceu em agosto