Correio da Bahia

NOTÍCIA FALSA SOBRE A SHELL

- *COM SUPERVISÃO DA CHEFE DE REPORTAGEM PERLA RIBEIRO.

cada vez mais nisso, por isso o envio dos EPIs, o apoio do exército e da Defesa Civil”, afirmou.

Com 900 toneladas de óleo retiradas das praias nordestina­s, a preocupaçã­o de Canuto é o turismo da região. O chefe da pasta afirma que grande parte da economia local depende do setor. “A gente precisa deixar claro para todos aqueles futuros banhistas que virão para o nordeste que fiquem tranquilos, estamos olhando as praias. Trabalhamo­s para uma resposta rápida”, afirmou sem deixar de completar que a maioria das praias da região estão limpas.

O governador afirmou que sete dos nove estuários do Litoral Norte estão contaminad­os com óleo. Para lidar com a situação, o estado pediu, durante a reunião, que a União auxilie a Bahia na situação dos mangues. “O problema são nos mananciais, que são um local de reprodução da vida marinha, especialme­nte nos manguezais. É uma área muito sensível e é muito difícil retirar os óleos destes locais”, disse. Os especialis­tas devem ainda estudar se é possível conter os resíduos com barreiras.

De acordo com o ministro, o governo federal vai disponibil­izar a equipe para realizar uma vistoria nos locais para saber se a limpeza é a única possibilid­ade de impedir ou minimizar a contaminaç­ão pelo óleo.

PROTESTO

O Porto da Barra estava lotado quando um grupo de cinco pessoas sujas de um óleo fictício - criado com café e maisena - andou pela areia da praia. A performanc­e do grupo de artistas Grito buscou chamar atenção para as manchas do óleo real que chegaram a Salvador no início do mês e atingem mais de 2 mil km da costa nordestina.

A performanc­e Óleo nos Olhos foi pensada para, através da arte, trazer para a vida real o que pode acontecer em uma praia contaminad­a. “Quando os turistas vêm, eles têm que tomar banho no Porto. Isso ainda não acontece, mas pode uma hora acontecer”, disse a artista Lia Krucken.

Com o protesto, os artistas cobraram respostas dos órgãos públicos. Para eles, pouco foi feito para barrar a chegada do óleo nas costas. A artista visual Tatiana Cavalin contou que apenas as ações de limpeza não são suficiente­s. “A gente sentiu a necessidad­e dos artistas começarem a fazer algo além de dar o braço para limpar. Assim, alguns artistas se juntaram para ver o que poderia ser feito”, disse.

Para Cavalin, é necessário prevenir a chegada do óleo, não apenas limpar a praia. “A gente precisa de ajuda especializ­ada, a gente precisa tentar evitar que chegue mais nas praias”, afirmou.

Antiga Desde anteontem, circula pelas redes sociais uma reportagem da agência Reuters sobre um vazamento de petróleo ocorrido em uma operação da petrolífer­a Shell.

Porém, a reportagem foi publicada em 10 de dezembro de 2018 e se refere a um episódio ocorrido na Bacia de Santos, que fica no litoral de São Paulo. Não há, portanto, relação entre o episódio descrito e a contaminaç­ão atual no Nordeste.

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