Chile: passageiros dormem em macas em aeroporto

SANTIAGO O Chile entrou, ontem, no quinto dia consecutivo de protestos que iniciaram após o aumento da tarifa do metrô e depois se ampliaram contra a desigualdade social e os baixos salários no país. Milhares de pessoas seguem mobilizadas em diversas regiões e o presidente Sebastián Piñera chegou a propor, ainda ontem, um diálogo com as lideranças dos manifestantes. Houve toque de recolher a partir das 20h nas principais áreas do país. Desde anteontem, já foram 301 voos cancelados com origem e destino para o Chile pela Latam.

Macas de campanha foram montadas no aeroporto para que os passageiros descansem enquanto aguardam a definição dos seus voos. Segundo a empresa, dois voos adicionais que aconteceriam na madrugada de hoje foram cancelados por conta do toque de recolher determinado pelo governo.

Ontem, o governo confirmou 15 mortes devido aos protestos, ocorridas desde a última sexta-feira. Entre os mortos, quatro foram mortas por militares que atuam nas ruas devido ao decreto de Estado de Emergência. Em dois dos casos, os militares se entregaram e foram detidos. Entre as vítimas, há ainda dois colombianos, um equatoriano e um peruano. Até o momento, 2,6 mil pessoas foram detidas, muitas delas após desafiarem o toque de recolher.

Durante o toque de recolher, quem precisa ir ao aeroporto tem salvo-conduto ao apresentar o cartão de embarque. Quem chega de um voo ao país também recebe um salvo-conduto para sair do terminal.