Produtor rural gasta 20% a mais com frete
O custo do transporte com o frete para escoar produtos agrícolas do oeste da Bahia para Salvador e o Porto de Aratu, de onde é exportado, tem ficado até 20% maiores por conta da precariedade das estradas. A informação é da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), sediada em Barreiras. A soja, por exemplo, custa R$ 170 por tonelada para ser transportada de Barreiras a Salvador - valor que sofre acréscimos devido às condições das estradas.
De acordo com Luís Stalke, assessor de agronegócios da Aiba, há caminhoneiro que até se nega a ir pegar cargas em locais onde as estradas estão ruins. E por conta disso, os produtores rurais da região, por meio das associações que os representam, estão investindo também na recuperação de estradas, sobretudo vicinais.
“Nos últimos dois anos foram investidos mais de R$ 23 milhões com a pavimentação asfáltica de 73 km de estradas na região de São Desidério”, afirmou Stalke.
Outro foco do estudo foi o prejuízo gerado pelos acidentes, que na Bahia chegou a R$ 620,65 milhões em 2018 – no mesmo período, o governo gastou R$ 704,22 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte. Os dados da CNT complementam reportagem do CORREIO, publicada no dia 16 de outubro e que mostra que na Bahia o Estado gastou R$ 500 milhões, nos últimos cinco anos, com despesas que envolvem internações nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), além de múltiplas cirurgias e previdência dos pacientes que acabam inválidos.
Nos últimos cinco anos, a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra) informou que foi investido cerca de R$ 1,5 bilhão na pavimentação e recuperação das rodovias estaduais. Foram entregues 5,5 mil quilômetros totalmente recuperados e estão em andamento serviços em mais de 470 quilômetros. Outros 745 quilômetros têm a previsão de obras iniciadas ainda este ano.
Segundo a pesquisa da CNT, 79,7% do pavimento da Bahia foram apontados como ótimos, bons e regulares. Dos 8.995 mil quilômetros de estradas baianas avaliadas, 2.665 são de responsabilidade do estado, o que dá 29,6% dos trechos analisados.