A FLICA REÚNE CERCA DE 50 AUTORES DE AMANHÃ ATE DOMINGO, EM BATE-PAPOS GRATUITOS
debate, amanhã, em mesas distintas que abordam esses temas de alguma forma.
A partir das 15h, a historiadora e antropóloga paulista Lilia Schwarcz se encontra com a escritora carioca e colunista do site The Intercept Brasil, Eliana Alves Cruz, para se debruçar sobre as contradições e peculiaridades do Brasil contemporâneo. Em seguida, às 19h, quem entra em cena é o escritor baiano
Itamar Vieira Junior, vencedor do prêmio LeYa 2018, cuja obra mergulha no sertão profundo. Ao seu lado, estará o escritor paulista Marcelo Maluf, finalista do Prêmio Jabuti (2016), para debater a subalternidade na ficção.
“É o momento de se olhar no espelho, de ver o próprio rosto, se assombrar e se conscientizar. A partir daí, se reconstruir como Brasil. Espero que essas primeiras mesas sejam marcadas por diálogos saudáveis, porque a gente está precisando”, deseja Kátia. A ideia, segundo a curadora, é colocar esses autores em contato e, a partir de mesas gratuitas, aproximar os leitores do debate.
OLHAR FEMININO
Primeira curadora mulher a tomar conta da programação geral do evento, Kátia compõe o time ao lado das vetera
nas Lília Gramacho e Mira Silva, responsáveis pela Fliquinha, e da novata Bárbara Sá, convidada para ser curadora do novo espaço Geração Flica. “São vários olhares femininos, atuando cada um na sua perspectiva. É uma abertura positiva em um universo antes dominado pelo olhar quase exclusivamente masculino”, comemora Kátia.
Única atração a participar da mesa principal e da Geração Flica, a escritora e jornalista carioca Thalita Rebouças será vista duas vezes na sexta-feira. Às 10h, ela bate um papo com o escritor baiano Saulo Dourado na mesa A Leitura não Precisa ser Essa Coisa Chata. “Muita gente passou a me conhecer, a gostar de ler por causa do humor dos meus livros. Então, é difícil pensar em trabalhar de outra forma”, conta Thalita.
Já às 14h, a autora conversa sobre as adaptações de livros no cinema, como porta de entrada para os jovens na literatura. Filme que está em cartaz, Ela Disse, Ele Disse, é baseado em seu primeiro livro, por exemplo, que tem mais de 100 mil exemplares vendidos. “A cada filme que lanço, é mais uma nova galera que ganho, que começa a conhecer o universo dos meus livros”, vibra a escritora.
POTÊNCIA
Refletir sobre o poder da literatura é, portanto, uma das provocações da Flica esse ano. Seja na escolha da homenageada, a escritora baiana Gláucia Lemos, seja na seleção de autores. No primeiro caso, segundo Kátia, Gláucia reúne os atributos necessários a um bom escritor: “produtividade, versatilidade, criatividade e persistência”, afinal, em 2019, ela completa 40 anos de produção ininterrupta.
Já quando o assunto é a programação, a maioria dos autores trabalha com história e memória a partir da ficção. “Sem representação no mundo, a gente não sobreviveria. O dia a dia é difícil e a literatura nos leva a aprender a lidar com a diversidade, com o outro. A gente está passando por uma fase crítica, mas acredito que a gente vai sair mais forte. Acredito na força da arte, da literatura. Tenho essa mania”, diz Kátia.
A 9ª edição da Flica é realizada pela iContent (empresa da Rede Bahia), tem patrocínio da Coelba e do Governo do Estado, além de apoio institucional da Rede Bahia e apoio da prefeitura de Cachoeira
Sem representação no mundo, a gente não sobreviveria. Odiaadiaé difícil e a literatura nos levar a aprender a lidar com a diversidade, com o outro Kátia Borges Curadora da Flica
Falar de escravidão ainda é algo um tanto quanto tabu, dentro da nossa sociedade Marcelo D’Salete Quadrinista paulista
Hugo Canuto Quadrinista baiano se inspira em divindades africanas para criar seus heróis