O difícil caminho da arte negra
precisou passar por novas reformas, devido a infiltrações. Para autorizar as obras, a administração do Muncab solicitou ao Ministério da Cultura (Minc) um parecer técnico, necessário para comprovar também a necessidade dos reparos. Como o Minc não dispunha de um profissional para isso em seu quadro, foi necessário recorrer a outros órgãos que pudessem fornecer um técnico competente.
E enquanto o parecer não saísse, o Muncab não podia fazer prestação de contas da segunda parcela, uma vez que o sistema “trava” até que o parecer seja liberado. E enquanto o parecer não saía, a terceira parcela também não saía, já que ela estava condicionada à prestação de contas.
O problema é que o parecer só foi emitido no início do segundo semestre de 2019. Mesmo assim, só surgiu graças à presença de espírito de Capinan, que teve a ideia de requerer à unidade baiana do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) um técnico “emprestado” para realizar a vistoria e assinar o documento.
Finalmente, a prestação de contas poderia ser feita e, assim, a terceira parcela seria liberada. Mas não foi isso que ocorreu, afinal, depois de cinco anos sem prestar contas, havia muito trabalho acumulado, a começar pela digitalização das notas fiscais, além do preenchimento das tabelas no sistema.
Por isso, o Muncab está tentando, junto ao Ministério do Turismo - ao qual a atual Secretaria Especial de Cultura é vinculada - uma solução emergencial: fazer a prestação de contas sem anexar as notas fiscais, compromentendo-se a enviá-las o mais breve possível. Assim, talvez consiga a liberação da terceira parcela ou, ao menos, de uma parte dela.
Enquanto isso, Capinan já admite até criar uma “vaquinha” para salvar o museu momentaneamente, já que muitos membros da sociedade civil mostram-se sensíveis aos problemas do Muncab e talvez se dispusessem a ajudar. Na segunda-feira, 29, foi realizada uma reunião virtual para discutir o futuro do espaço, com participação de mais de 15 pessoas, incluindo funcionários da instituição e cidadãos que não têm ligação direta com o Muncab, mas se mostram preocupados com o museu.
O CORREIO entrou em contato com o Ministério do Turismo para saber quando a terceira parcela será liberada, mas até o fechamento desta edição não recebeu resposta.
EDITAL A Petrobras abriu inscrições para edital de financiamento a projetos de curta e média metragens de animação. O patrocínio, no valor de R$ 4 milhões, será destinado a iniciativas que tenham como público crianças de até 6 anos, podendo ser também voltados a seus pais e educadores. Essa é a segunda chamada do programa Petrobras Cultural para Crianças 2020, com investimento total de R$ 10 milhões. A primeira seleção, de artes cênicas, foi lançada em março e recebeu mais de 900 inscrições.
No seguimento do audiovisual, o programa da empresa conta com um legado de viabilização de diferentes tipos de projetos ao longo dos anos. No segmento específico de animação, exemplos de produções patrocinadas são O Menino e o Mundo, que concorreu ao Oscar, o sucesso Peixonauta – O Filme e os longas Tarsilinha e Teca e Tuti (ambos inéditos). As inscrições podem ser realizadas no site https://gestaodepatrocinios.petrobras.com.br/pt/, até 24 de agosto.