Pedidos intensos de bênção e proteção
RIO PARAGUAÇU Anatália Mota Santos, 71 anos, bisavó de três das crianças desaparecidas no rio Paraguaçu, na noite de quarta-feira, 01, depois que a canoa onde as crianças, uma adolescente e dois homens adultos viajavam virou, passa as madrugas em claro, rezando, desde o acidente com os familiares. A adolescente de 14 anos sumida é neta de Anatália.
Apesar das orações, a idosa não tem mais esperanças de encontrar algum familiar vivo depois do acidente. O avô das crianças, Paulo Roberto, 62 anos, um dos adultos na canoa, foi resgatado com vida na quinta-feira,
02, mas as três crianças, a adolescente e um amigo do avô continuavam desaparecidos até a sexta-feira, 03.
“Foi um castigo grande morrerem quatro crianças de uma vez”, desabafou a idosa ao CORREIO.
Desde a manhã de quinta-feira, 02, o Corpo de Bombeiros realiza buscas na região pelos cinco desaparecidos, mas sem sucesso.Segundo a corporação, equipes de mergulhadores do 13° Grupamento Bombeiro Militar (GBM) fazem as buscas subaquáticas e de náutica, na superfície. Seis bombeiros de Salvador ajudam.
HOSPITAL SALVADOR O prefeito ACM Neto criticou nessa sexta (3/7), em entrevista coletiva, a posição da Universidade Federal da Bahia (Ufba) de proibir a abertura de leitos exclusivos para pacientes infectados pelo novo coronavírus no Hospital Salvador, localizado no bairro da Federação. "Eles foram ao TRF (Trinual Regiona Federal), na minha opinião, usando argumentos absurdos. Já assinamos contrato, demos ordem de serviço, estamos com leitos prontos, fizemos investimentos físicos no hospital”, explicou Neto.
O argumento da universidade - aceito pelo TRF - é que a regulação de pacientes infectados para o hospital levará riscos às gestantes, mães e recém-nascidos da UTI Neonatal da Maternidade Climério de Oliveira, que funciona no local. Em nota, a instituição disse que a maternidade aluga cinco dos oito andares do hospital desde 2017, quando a sede original da Climério de Oliveira, em Nazaré, iniciou reforma de suas instalações. A previsão é de que a obra seja finalizada em agosto. Ainda segundo a Ufba, o Hospital Salvador teria disponibilizado dois andares à prefeitura para instalação de enfermarias e leitos de UTI para atendimento de covid-19, mas de acordo com pareceres técnicos, o hospital não teria condições de isolar as áreas.
Na avaliação do prefeito, no entanto, é possível que as alas sejam separadas e distantes, com adoção de protocolos de segurança sanitária. "Você acha que eu seria louco de colocar gestantes e bebês em risco? A Ufba infelizmente não está ajudando, o reitor está tendo uma postura lamentável em relação à necessidade de ampliação dos leitos de UTI, não é justo”, defendeu.
Através do Twitter, o secretário estadual da Saúde, Fábio
Vilas-Boas, endossou a crítica do prefeito. Para Vilas-Boas, a posição do reitor é "equivocada e contrária à necessidade da população e do SUS". O secretário ressaltou ainda disse que a recomendação da Vigilância Epidemiológica Estadual e do Centro de Operações de Emergência em Saúde é que a Maternidade Climério de Oliveira seja unidade de referência para Covid-19 e que não "há qualquer impedimento para implantar UTI lá”. Disse ainda que muitos hospitais compartilham alas para covid e para outros tipos de atendimentos.