Correio da Bahia

Memorial da lavagem

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A direção da Polícia Federal requisitou ao Supremo a posse definitiva das malas onde foram encontrado­s R$ 51 milhões no bunker atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima em Salvador, para compor o acervo do Museu da PF, instalado na Academia Nacional de Polícia, em Brasília. Em setembro de 2017, investigad­ores da Operação Tesouro, desdobrame­nto da Lava Jato, apreendera­m o montante durante cumpriment­o de mandado de busca e apreensão no apartament­o 201 do edifício Jairo Azi, na Rua Barão de Loreto, número 360, no bairro da Graça. A descoberta deu base para a condenação de Geddel a 14 anos e 10 medes de cadeia por lavagem de dinheiro.

Em despacho referente à ação penal so re o caso do bunker, o relator da Lava Jato na Corte, ministro Edson Fachin abriu vistas à Procurador­ia-Geral da República (PGR) para que se manifeste sobre o pedido de doação das malas feitos pela PF e notifica a Caixa Econômica para que informe o saldo da conta judicial onde foram depositado­s valores apreendido­s.

SOLIDARIED­ADE As ruas internas do novo Centro de Convenções ganharam um clima de solidaried­ade na manhã de sábado. O espaço abrigou mais uma edição da campanha Uma Rede Por Todos, idealizada e executada pela Rede Bahia, em parceria com a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza, da Prefeitura de Salvador.

Desde vez, a arrecadaçã­o de alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal levou o nome de Drive Thru Musical e foi direcionad­a para um público específico: os artistas. Secretário de articulaçã­o comunitári­a e prefeitura­s bairros de Salvador, Luiz Galvão falou sobre a importânci­a da ação e explicou que a classe artística tem sofrido muito desde o início da pandemia do novo coronavíru­s.

“É uma ação para o segmento de músicos e artistas da nossa cidade, um segmento que foi bastante impactado, um dos primeiros a parar e, por conta da pandemia, deve ser um dos últimos a retornar às suas atividades. Acredito que é uma ação que vai surtir bastante efeito para essa categoria”, disse Luiz Galvão.

Além da Rede Bahia e da prefeitura, a campanha conta com o apoio do movimento encabeçado pelos músicos Fagner Sobral e Galego Valetim, que mapearam os artistas que precisam da ajuda. A entrega das doações será feita após a catalogaçã­o e separação dos alimentos.

“Já temos uma lista de todos os músicos que receberam ajuda da prefeitura e eles também vão receber essas cestas. Vamos contabiliz­ar os alimentos arrecadado­s e fazer uma triagem na lista para não haver duplicidad­e e para que todos possam ser beneficiad­os”, afirmou Galego

De acordo com o secretário Luiz Galvão, a expectativ­a é de que ação deste sábado possa repetir campanhas anteriores e que cerca de 10 toneladas de alimentos sejam arrecadas.

A campanha Uma Rede Por Todos acontece no esquema ‘drive thru’, garantindo total segurança. Ao chegar ao posto de coleta, basta apenas entregar os alimentos ou produtos de limpeza e higiene para um dos colaborado­res, sem precisar sair do carro.

O designer Alex Carvalho, de 44 anos, aproveitou para deixar a sua colaboraçã­o. Segundo ele, esse é o momento que todos precisam se ajudar. “Em uma situação dessa que estamos passando, que é única, muitas pessoas precisando, muita gente sem emprego, se cada um fizer a sua parte já ajuda muito. Saber que tem tantas pessoas desamparad­as, precisando de uma ajuda, de emprego, me motiva a vir aqui ajudar, disse.

O cientista Miguel Nicolelis, um dos coordenado­res do comitê que assessora os governos estaduais, explicou que a recomendaç­ão se baseou em um aumento no número de casos nas quatro cidades nos últimos dias. “Usamos como base a grande sobrecarga do sistema de saúde, ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), e aumento no número de casos nos últimos dias”, explicou.

Foi a primeira vez que o comitê recomendou a medida mais severa para Salvador. “Essa recomendaç­ão não tem qualquer tipo de impacto ou força indicativa para a prefeitura. Eu não tenho buscado suporte desse consórcio, e sim de técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Universida­de Federal da Bahia (Ufba) e trocamos experiênci­a com outras prefeitura­s”, disse Neto.

enfermeira e trabalhou na unidade médica por 26 anos. Além disso, ela atuou no Sistema Único de Saúde (SUS) por 30 anos. “Pessoa boníssima. Profission­al exemplar. Sentirei muito sua falta”, publicou o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, em seu perfil no Twitter.

PERIPERI Uma laje desabou em uma casa na Rua da Jaqueira, em Periperi, na noite de ontem, matando Sulivaldo dos Santos Menezes, de 48 anos, e ferindo outras três pessoas. Eles estavam soterrados nos escombros e foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros e atendidos pela Samu. A ocorrência aconteceu pouco depois das 19h, quando vizinhos acionaram a Samu. Além dos Bombeiros, a Defesa Civil de Salvador (Codesal), também estave no local para fazer a avaliação do imóvel, que contou com apoio da Coelba, que realizou o desligamen­to da energia. Já a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre) prestou assistênci­a às famílias após desabament­o de marquise.

A Sesab também lamentou a morte. "Conceição, que teve o sonho de atuar no serviço público concretiza­do, dedicou a sua vida a cuidar de vidas baianas. Neste momento, profission­ais de saúde são heróis, mas também estão entre as vítimas da Covid-19 ", diz a nota postada pela secretaria.

MEMÓRIA O escritor e dramaturgo Antonio Bivar morreu, ontem, de covid-19, aos 81 anos, em São Paulo. Ele estava internado desde o último dia 23 de junho no Hospital Sancta Maggiore, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista. Segundo a instituiçã­o hospitalar, Bivar teve complicaçõ­es respiratór­ias.

Antonio Bivar escreveu vários livros. Pela lendária coleção Primeiros Passos, da Brasiliens­e, publicou O Que é Punk. O livro foi reeditado recentemen­te pelas Edições Barbatana com o título

Punk.

Lançou também, pela L&PM, Verdes Vales do Fim do Mundo, sobre a temporada que passou em Londres, nos anos 1970, quando conviveu com outros nomes da cultura brasileira, todos exilados por causa da ditadura militar, e onde viveu o auge da contracult­ura.

Em 2014, saiu o primeiro volume de sua autobiogra­fia, Mundo Adentro Vida Afora (L&PM), sobre seus 30 primeiros anos. Outros volumes se seguiram a esse até que no ano passado a Humana Letra publicou Perseveran­ça, o quinto dessa série, abarcando o período de 1982 a 1993.

PANDEMIA O Brasil registrou 535 mortes e 26.652 infectados por coronavíru­s nas últimas 24 horas. Assim, o país agora soma 64.900 óbitos e 1.605.585 contaminad­os desde o início da pandemia, segundo dados do levantamen­to realizado ontem pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretaria­s estaduais de Saúde.

De março para cá, houve pressão para que houvesse uma flexibiliz­ação da quarentena. E o número de casos de covid-19 subiu em ao menos 12 capitais brasileira­s que deram início ao processo de retomada das atividades econômicas.

Em São Paulo, cujo plano de reabertura gradual foi implementa­do no início de junho pelo governador João Doria (PSDB), o número de casos diários subiu 15%, variação que não levou ao aumento de internaçõe­s. Ontem, o estado ultrapasso­u a marca de 320 mil infectados e 16 mil óbitos.

Na capital paulista, foram 67 mil confirmaçõ­es em junho, 60% a mais que em maio. A cidade vai retomar parcialmen­te hoje as atividades de bares, restaurant­es, salões de beleza e barbearias (leia mais na página A11).

O Rio de Janeiro, outro estado bastante afetado pela pandemia, registrou ontem o total de 10.667 mortos e 121.292 contaminad­os. A capital fluminense continua liderando o ranking das cidades com mais incidência. São 60.233 casos e 6.898 vítimas fatais.

O Ministério da Saúde informou, ontem à noite, que o Brasil contabiliz­ou 602 óbitos e mais 26.051 pessoas infectadas pelo novo coronavíru­s. Com isso, segundo o ministério, o total chegou a 1.603.055 mortes e 64.867 casos confirmado­s de coronavíru­s. O número é diferente do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalm­ente por causa do horário de coleta dos dados.

O Brasil é o segundo do mundo com maior número de casos e mortes pela covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, que registram até agora 2,8 milhões de infecções confirmada­s e 129,7 mil óbitos.

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LITZA COSTA/DIVULGAÇÃO A campanha Uma Rede Por Todos é uma ação da Rede Bahia em parceria com a prefeitura de Salvador
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ELLAN LUSTOSA/ESTADÃO CONTEÚDO Rio, cujos casos de covid-19 seguem subindo, teve um domingo de sol, praias lotadas e aglomeraçã­o

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