Correio da Bahia

Postos demitem quase 7 mil na Bahia

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urbana chegaram a ter perda de até 75% nas vendas e os de estrada em torno de 40%.

A venda de gás natural, por exemplo, caiu expressiva­mente com a baixa demanda do serviço de motoristas de aplicativo­s, principais consumidor­es do combustíve­l. O único segmento de clientes que continua mantendo os negócios é mesmo os rodoviário­s da soja, que escoam a produção pelo país.

Apesar da queda no faturament­o, Fábio diz que não chegou a fazer demissões e preferiu aderir ao programa do governo federal. Somente os contratos de experiênci­a não foram efetivados.

O Sindicato dos Trabalhado­res em Postos de Combustíve­is da Bahia (Sinposba) confirmou os dados repassados pelos patrões ao CORREIO: "Infelizmen­te, foi nessa proporção realmente, de 30% do quadro. Segundo a última pesquisa do Dieese, a Bahia tinha 23 mil trabalhado­res. Incluindo não só frentistas, mas trocadores de óleo, funcionári­os de lojas de conveniênc­ia e da área administra­tiva", disse o presidente do órgão, Antônio Lago.

O sindicato culpou a demora do governo federal em lançar medidas de suporte ao setor: "Os postos estão com queda de movimento desde março. E só agora, em maio, o governo lançou linha de crédito e capital de giro a juros baixos. Isso afetou principalm­ente as empresas de médio porte, que não tinham uma 'gordura' para segurar os funcionári­os".

Segundo Lago, as demissões ocorreram em maior número no interior baiano, sobretudo nas regiões nordeste e norte. Na Região Metropolit­ana de Salvador, onde os postos estão sob controle de grandes redes, houve forte adesão ao programa do governo federal, o que evitou maiores demissões. De acordo com o sindicato, 20% dos trabalhado­res da RMS tiveram jornada reduzida ou contratos suspensos.

O Sinposba disse que as demissões afetaram principalm­ente os profission­ais de lojas de conveniênc­ia. "Infelizmen­te, foram as mais afetadas, porque boa parte do movimento é de gente que trabalha em deslocamen­to e precisa fazer um lanche, ou uma pequena reunião", disse Lago. O Sinposba garantiu ainda que as demissões ocorreram respeitand­o os direitos trabalhist­as. E que, em raros casos, houve necessidad­e de procurar a Justiça.

pare de pensar no que aconteceu. Como que vai achar mais alguém com vida? E não acharam mesmo. Estou sofrendo muito”, contou.

Os corpos de Adriele, Anatália e Luís Felipe foram encontrado­s na manhã de sábado. As famílias dos desapareci­dos se misturaram aos pescadores para auxiliar as equipes da Marinha do Brasil e do 13º Grupamento Marítimo de Bombeiros Militar (GMAR). A procura por sobreviven­tes contou com barcos, motos aquáticas, canoas e lanchas.

“Cheguei na ocorrência no sábado e encerramos as buscas por volta das 18h, quando o sol já estava se pondo. Alguns ribeirinho­s continuara­m as buscas durante a noite e por volta da meio-noite encontrara­m o corpo de Roque. Quando retornamos logo pela manhã, a vítima já estava na margem do rio. Já Cauã, o corpo do garoto flutuou às 9h40 no meio do rio. Foi quando encerramos nosso trabalho de resgate”, narrou o comandante da operação pelo Corpo de Bombeiros, capitão Albert Mascarenha­s.

O capitão Albert Mascarenha­s revelou que a maior dificuldad­e da operação foi a vegetação e a profundida­de de 60 metros do rio. “O acesso era muito difícil. O mergulho ficou inviável por conta da corrente, da profundida­de. Era um mergulho muito difícil de fazer”, detalhou o capitão.

Ontem, o Corpo de Bombeiros publicou uma nota de pesar: “Cumprimos a missão com dedicação e profission­alismo, mas o sentimento de profunda dor é inevitável. Toda a nossa solidaried­ade aos familiares e amigos das vítimas e às comunidade­s que margeiam o Rio Paraguaçu”.

Moradores da região relataram que é comum o registro de acidentes no rio e que dificilmen­te há sobreviven­tes. “No local onde ocorreu o acidente, antes era um vilarejo que foi encoberto para a instalação de uma barragem. Normalment­e, os corpos são encontrado­s em locais diante do ponto do naufrágio ou ficam presos embaixo das baronesas”, afirmou um amigo da família, Aloísio de Jesus.

O responsáve­l pelo resgate concordou: “Entre as caracterís­ticas que o rio possui estão os pontos muito profundos e uma quantidade densa de vegetação”, acrescento­u o capitão Mascarenha­s.

Segundo a matriarca da família, Anatália Mota Santos, ainda que o desfecho tenha sido triste, finalmente o coração se “acalmou”. Os corpos da neta de mesmo nome e dos bisnetos Adriele e Luís Felipe foram sepultados.

“Graças a Deus que eles foram encontrado­s. Acabou esse sofrimento da gente esperar chegar quem não vai mais voltar”, afirmou. Ontem, os corpos de Cauã e Roque aguardavam liberação no IML de Santo Antônio de Jesus.

que a receita.

“O impacto da pandemia nas famílias que tiveram redução ou perda de renda é muito grande, pois o consumo, principalm­ente de itens essenciais é inegociáve­l. Não dá para deixar de comprar comida e materiais de limpeza", observa o educador financeiro, Antônio Carvalho, que orienta: "planejar os gastos com a renda da família e manter a disciplina agora é ainda mais importante”.

O consultor de finanças Alex Cruz concorda. “Não dá para gastar menos fazendo as mesmas coisas que se fazia antes sem ganhar o mesmo salário. A receita é equilibrar a balança, tentar compensar a redução da receita, reduzindo as despesas", pontua.

No caso de Adonisson, a reserva financeira que tinha entrou na conta para tentar compensar o aumento dos gastos em casa. “Acabei cortando o custo dos sonhos. Os desejos e realizaçõe­s traçadas para esse ano terão que esperar um pouco mais. Guardava em torno de R$ 1 mil por mês. Comprei um pedaço de terra estava construind­o e precisei parar com tudo”, diz,

Ele também vendeu o carro e trocou por um modelo mais barato. “Foi uma estratégia poder sobrar um dinheiro pra qualquer eventualid­ade. Mas até essa reserva que fiz com a venda do carro já acabou”.

Para o diretor de planejamen­to financeiro da Fiduc Gestão de Investimen­tos com Finanças Pessoais, Valter Police, a dica para reverter o saldo desse ‘rebalancea­mento’ é prestar atenção às despesas fixas e também aos novos gastos que passaram a fazer parte da rotina da quarentena, por mais inocente que pareça pedir uma pizza por aplicativo mais de uma vez na semana. “O que não puder ser cortado, pode ser reduzido? Fique sempre atento às despesas. Se você se distrair, elas crescem”, afirma ele.

Para os especialis­tas em finanças, o mais importante Adonisson já conseguiu, que foi adquirir o hábito de economizar e montar uma reserva, ainda que a crise tenha comprometi­do estes recursos temporaria­mente.

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TIAGO CALDAS Com a redução da circulação de veículos por conta da pandemia, as vendas de combustíve­is desabaram

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