Policiais filmados colocando capuz em homem negro são suspensos nos EUA
MORTE POR ASFIXIA A prefeita de Rochester, no estado de Nova York, anunciou ontem a suspensão dos policiais envolvidos no sufocamento de Daniel Prude, um homem negro, em março deste ano. Ele morreu dias depois da ação policial por asfixia e outras complicações.
Em entrevista, a prefeita Lovely Warren, que é negra, criticou a ação policial. “Você não pode deixar esse tipo de coisa acontecer. Você tem um dever”, disse. “Quando eu vi esse vídeo, fiquei furiosa”, afirmou Warren.
O caso veio à tona depois que a família liberou as imagens gravadas pelas câmeras dos próprios policiais quase seis meses depois. Com o vídeo liberado, novos protestos tomaram as ruas de Rochester nessa quarta-feira, em mais um dos vários atos pelos Estados Unidos contra o racismo e a violência policial.
As imagens mostram que Prude estava nu e desorientado quando os agentes de segurança colocaram sobre a cabeça dele uma espécie de capuz usado para evitar que a saliva do detido se espalhe para as pessoas ao redor — medida controversa nos Estados Unidos.
Em seguida, os policiais pressionam a cabeça de Prude contra o chão. Aos poucos, ele perde os sentidos. No fim do vídeo, é possível ver médicos tentando reanimar o homem.
A família de Prude relatou, também nessa quarta-feira, que a vítima sofria de problemas de saúde mental causados pelas mortes de sua mãe e de dois irmãos. Ele vivia em Chicago, mas visitava os parentes em Rochester com frequência para ficar mais próximo dos familiares.
No dia da ação policial, Daniel Prude foi levado a um hospital para exames. Ao voltar para a casa da família, ele subitamente saiu correndo pela rua e tirou as roupas. Um irmão, então, ligou para o 911 — telefone dos serviços de emergência dos EUA. “Eu telefonei para pedir ajuda para o meu irmão. Não para ele ser linchado”, disse Joe Prude.
Com a divulgação do vídeo, manifestantes montaram um pequeno memorial perto do local onde os policiais foram gravados colocando o capuz sobre a cabeça do homem. Um grupo acendeu velas e colocou uma placa com o nome de Daniel Prude. Ativistas vêm pedindo que os policiais envolvidos no caso sejam processados por assassinato. A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, afirmou que a investigação continua.