Principal cientista nuclear do Irã é assassinado
CRISE Considerado o maior pesquisador nuclear do Irã, o cientista Mohsen Fakhrizadeh foi morto em um ataque nesta sexta. De acordo com a mídia estatal do país, Fakhrizadeh foi alvejado por tiros enquanto viajava em um carro nos arredores de Teerã. Ele foi levado ao hospital, mas não sobreviveu aos ferimentos. O governo do Irã disse suspeitar de envolvimento de Israel, o que pode ampliar a tensão entre os dois países e também com os Estados Unidos. O presidente Donald Trump é aliado próximo do premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
“Essa covardia —com sérios indícios de participação israelense— mostra uma provocação desesperada para uma guerra pelos seus perpetradores”, escreveu Mohammad Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores, em uma rede social, sem citar provas. “O Irã apela à comunidade internacional —e especialmente à União Europeia— para acabar com seus vergonhosos padrões duplos e condenar esse ato de terrorismo de Estado”, completou. Um comandante militar iraniano foi além e prometeu vingança. “Nós vamos atacar como um raio os assassinos desse mártir e faremos eles se arrependerem. Nos últimos dias da vida política de seu aliado Trump, os sionistas buscam intensificar a pressão sobre o Irã e criar uma guerra completa”, disse Hossein Dehghan, que também é conselheiro militar do líder supremo do país, Ali Khamenei.
Irã e Israel vivem em tensão há décadas, uma vez que o país persa dá apoio a grupos que disputam territórios com Israel, como o Hizbullah, do Líbano. Recentemente, Israel atacou forças militares do Irã na Síria, onde os iranianos dão apoio militar ao ditador Bashar al-Assad.
O ataque desta sexta também deve complicar os planos do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, de se reaproximar do Irã e retomar o acordo nuclear de 2015, abandonado por Trump em 2018. Nos últimos meses, Israel vem se aproximando de países árabes que se opõem ao Irã, como a Arábia Saudita, com os quais não possuía contatos diplomáticos. Em setembro, o país assinou acordos de normalização de relações com Emirados Árabes e Bahrein.
Em agosto, outro ataque em solo iraniano matou Abu Muhammad al-Masri, considerado o número 2 do grupo terrorista Al Qaeda. Segundo o jornal The New
York Times, Al-Masri foi assassinado por dois atiradores de moto, que o atacaram em Teerã enquanto ele dirigia. Os autores do ataque teriam sido enviados por Israel, a pedido de Washington.
Ainda segundo o NYT, Fakhrizadeh era o alvo número
registrou a agressão.
A violência ocorreu no último sábado, mas as imagens só foram divulgadas nesta quinta. O vídeo, que teve mais de 12 milhões de visualizações, mostra três policiais tentando imobilizar o produtor Michel Zecler. Poucos minutos depois, os agentes começam a dar socos, chutes e golpes de cassetete no homem, que aparece