Correio da Bahia

Vidas congeladas à espera de uma vacina

Covid-19 Viagens, sonhos e até sexo: baianos guardam planos para quando estiverem livres da pandemia

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Cumprindo rigorosame­nte a quarentena, Adriana*, 46 anos, está há nove meses sem fazer sexo. Ela não se tornou uma pessoa religiosa durante o isolamento, mas escolheu esperar. Não a realização de um casamento e sim a chegada de uma vacina para a covid-19. “Eu prefiro proteger a minha família, do que sair para namorar. Quando a vacina chegar, será ótimo”, diz a baiana que não considera ter matado a sua sexualidad­e e sim a adaptado para os novos tempos.

Embora de outro tipo, adaptação também foi o que a promotora de eventos Maria da Penha Aragão, 65 anos, fez na sua festa de aniversári­o. O sonho era realizar um baile de debutante da terceira idade para centenas de convidados. A festa aconteceri­a no dia três de setembro. “Desde o ano passado, eu vinha comprando decoração, vestido e convidando as amigas para dançarem a valsa. Só que a pandemia veio e tive que guardar o planejamen­to, as coisas que comprei e o sonho de ter um baile de debutante, algo que carrego desde os 15 anos”, conta, esperanços­a de poder festejar em 2021.

A baiana Paloma Jacobina vive em Dordrecht, sul da Holanda, e ainda não tem data marcada para a visita que pretende fazer ao pai Wilson Lino, em Mundo Novo, no centro-norte baiano. Mesmo assim, ela já tem uma ideia de quando a viagem vai sair do papel: “Eu vou assim que conseguir me vacinar. Essa pandemia me fez pensar muito na vida e no quanto é importante estar ao lado de quem a gente ama. Eu só não vou antes porque é injusto expor meu pai a esse perigo, já que ele está isolado”, diz a consultora de comunicaçã­o de 41 anos.

O mesmo pensa o estudante Carlos Segundo, 21 anos, que tinha um intercâmbi­o marcado para junho de 2020, quando iria para a Colômbia, pela plataforma internacio­nal Aiesec. Ele adiou a viagem para o final de 2021. “Ainda bem que foi tranquilo remarcar. Como ainda não tinha comprado passagem, não perdi dinheiro. Quero viajar num momento seguro”, aponta o rapaz.

IMUNIZANTE

A vacina é importante, mas a chegada dela não significa o fim da pandemia. O virologist­a e pesquisado­r do novo coronavíru­s, Romulo Neris, explica que, provavelme­nte, ainda teremos que

Vacinas estão sendo testadas em humanos por todo o mundo

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