‘1984’ chegou antes de 2021 nos Estados Unidos
DEMOCRACIA AMEAÇADA A invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, tomado de assalto na quarta, 06, por apoiadores de Donald Trump e por grupos racistas e de extrema-direita, fizeram com que boa parte das pessoas que acompanhavam a situação se sentissem em ‘1984’. Não o ano, mas o livro de George Orwell que descreve um futuro sombrio onde o mundo vive uma ditadura.
Não à toa, desde 2016, quando Trump foi eleito presidente, as vendas de ‘1984’ dispararam em diversos países. No Brasil, de 2018 para cá, o livro consta nos rankings de mais vendidos. No ano passado, 65 mil exemplares foram comercializados por aqui, segundo o site Publishnews, do mercado literário.
Nos EUA, o Congresso foi invadido 30 minutos depois do começo da sessão de reconhecimento da vitória de Joe Biden nas últimas eleições. A sessão foi paralisada, cinco pessoas morreram, mais de 50 foram presas, houve tiroteio na sede do parlamento do país que se considera o mais democrático do planeta. Cenas de barbárie, com homens vestidos de modo tribal, dominaram as capas dos principais sites de notícias do mundo. Mais
Uma galeria de arte contemporânea pelas ruas do bairro do Comércio, em Salvador, foi inaugurada nessa sexta-feira (8) pela prefeitura da capital.
São intervenções de oito artistas, sete deles homenagearam sete personalidades das artes, e o oitavo interligou as obras com pinturas e grafite. O caminho para acompanhar a exposição montada a céu aberto é simples, basta seguir as cores no chão. Para facilitar o passeio, a Fundação Gregório de Mattos (FGM), responsável pelo projeto Roteiro Urbano da Arte (RUA), construiu um caminho colorido que direciona uma obra à outra.
O passeio começa na parte superior do Plano Inclinado Gonçalves, com dois painéis de Bel Borba que homenageiam o argentino radicado na Bahia, Carybé (1911-1997). Na saída do equipamento, no bairro do Comércio, uma escultura de Ayrson Heráclito faz uma homenagem a Mestre Didi (1917-2013).
A obra remete a um totem ou coluna com emblemas sagrados, e o público considerou a peça curiosa. A promotora de vendas Isabel Silva, 28 anos, arriscou um palpite. “A parte superior tem uma referência religiosa que lembra alguma coisa ligada ao universo afro”, disse ela. Juntó é o nome da obra e se refere ao orixá responsável pelo equilíbrio de cada pessoa.
No quarteirão seguinte fica Laroyê, uma obra de Ray Viana, construída para homenagear Mário Cravo Júnior (1923-2018). A pintura acrílica sob fibra de vidro em cores que lembram o vermelho e o preto fizeram o estudante Gabriel Vieira, 25, associar o trabalho ao clube do coração. “Podem dizer o que quiserem, mas pra mim é uma homenagem ao Vitória”, brincou. A obra é uma referência direta a Exu, orixá mensageiro entre o céu e a terra, e responsável por abrir os caminhos.
Seguindo pelo caminho das cores, a próxima parada é no Jardim para alguns silêncios. Uma obra feita por Lanussi Pasquall para homenagear Joãozito (1966-2017). Em seguida, o grafite que estava no chão toma conta dos postes e de outros mobiliários urbanos, em uma intervenção do artista plástico Bigord.
O caminho tem peças também de Iêda Oliveira em homenagem a MBO (1930-2017), e de Zuarte em referência a Eckenberg (1938-2017). As cinco estátuas da Praça da Inglaterra se destacam na multidão.