Sinal de alerta
Pandemia Bahia tem o primeiro caso no mundo de reinfecção da covid-19 com mutação da África do Sul
“Nós e redes de pesquisadores do mundo inteiro estamos acompanhando casos, amostras e analisando quais variantes estão circulando no país para termos essa resposta”.
CUIDADOS
A mutação E484K identificada na Bahia é mais contagiosa, pois pode dificultar a ação de anticorpos contra o vírus. A própria pessoa infectada na Bahia apresentou sintomas mais graves na segunda infecção. O estado de saúde dela é bom. "A paciente não precisou ser hospitalizada mas apresentou mais sintomas do que na primeira vez", relata o pesquisador do Departamento de Genética da UFMG Renato Santana Aguiar. “Essa mutação altera uma proteína do vírus, justamente a que ele usa para atacar a célula. Uma vez alterado, ele pode ser mais infectante e evadir do sistema imunológico. Por isso, os anticorpos do doente pode ter mais dificuldade em dar conta do vírus”, completa Bruno Solano.
A nova variante parece carregar também a mutação encontrada na linhagem B 1.1.7 identificada na Reino Unido. Mutações do coronavírus são esperadas em grande quantidade, mas algumas delas podem mudar as carecterísticas do patógeno. A variante encontrada no Reino Unido parece ser mais tramsmissível que as anteriores, mas não necessariamente mais perigosas, letais ou resistentes à vacinação. No Brasil, um grupo de pesquisadores já identificou pelo menos cinco variantes do coronavírus em circulação no país, duas das quais possuem características como a da variante encontrada em Salvador.
Se a realidade pode assustar, a receita para lidar com o vírus continua a mesma. Antônio Bandeira, médico infectologista técnico da Vigilância Epidemiológica da Bahia, explicou que quem já pegou o vírus pode ser novamente infectado e, para evitar isso, é importante manter todos os cuidados.
“Nós comprovamos mais uma vez no Brasil a reinfecção. De fato ela existe. Isso mostra o quanto é importante a manutenção dos cuidados, mesmo para quem já foi infectado pelo vírus. Tem que se proteger, usar o álcool em gel, higienizar as mãos, fazer o distanciamento”, aponta Bandeira.