Correio da Bahia

LUEDJI LUNA

CANTORA, 33 ANOS

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Ser mãe foi uma decisão, então a cantora Luedji Luna correu para viabilizar seu segundo disco durante a gestação. “Fiz e aconteci com o menino dentro da barriga até que a pandemia se instaurou”, lembra a artista. Como a natureza do seu trabalho é diferente da carteira assinada, se organizou para se dedicar 100% ao disco no primeiro semestre e 100% ao filho, no segundo.

O lançamento, porém, precisou ser adiado. Resultado: Luedji pariu dois filhos ao mesmo tempo, como a própria define. Dayo, hoje com 5 meses, viu a mãe voltar a trabalhar com cerca de 2 meses e meio. Mas, por conta da pandemia, a cantora fez todas as ações de casa, ao lado do marido e do filho, que amamenta por livre demanda.

“Sinto que a pandemia foi um presente para o Dayo, no sentido de que, como os trabalhos que a gente faz são remotos – live, entrevista etc. –, pude viver essa maternidad­e em tempo integral”, comemora a cantora. Luedji conta que chegou a chorar só de pensar na volta à rotina de hotel em hotel. Mas sofreu por antecipaçã­o, já que a pandemia adiou a saída de casa.

Um dos principais ganhos disso tudo, em sua opinião, é o fortalecim­ento do casal. “A pandemia forçou os casais a estarem juntos não só fisicament­e, mas juntos no dilema, na crise, nas pequenas decisões: seja o que a gente vai comer hoje ou como a gente vai ter nosso filho. É como se a gente tivesse vivido cinco anos nessa quarentena e isso nos deixou mais alinhados enquanto casal, enquanto pais”, agradece.

A pandemia, portanto, acaba sendo um convite para as pessoas repensarem o papel dos pais, acredita a artista. “Me faz dar muito valor às mães solteiras, também. Às vezes, Júlio [Zudzilla] vai no mercado e o bicho pega aqui, imagine. Máximo respeito às mães solteiras. Boa parte das mulheres pretas vive essa maternidad­e sozinha”, lamenta.

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