Correio da Bahia

Novos tempos, novas histórias

Literatura infantil Veja 10 livros que quebram padrões e fogem dos contos de fada tradiciona­is

-

Não dá mais para começar a contar uma história com aquele tradiciona­l ‘era uma vez’. É melhor virar essa página porque as princesas não são nada indefesas nem donzelas tão frágeis - e muito mais reais. Os heróis, antes montados em um cavalo branco, conquistam pela gentileza e sensibilid­ade. Ainda bem. No lugar da Ariel que perde a voz para tentar ganhar o príncipe, a sereia revolucion­ária vai impedir que ele se afogue. O pequeno príncipe é negro, assim como a Chapeuzinh­o Vermelho. E os meninos gostam de cuidar de jardins, enquanto as meninas decidem escalar montanhas, montar uma banda, ou quem sabe, se tornar cientista. Por que não?

Como num passe de mágica, a gente trouxe 10 sugestões de livros que quebram todos os padrões presentes nos clássicos mais conhecidos para crianças. São narrativas que discutem questões de gênero, empoderame­nto e raça com lições importante­s, sem perder nem um pouquinho de magia, muito menos de encantamen­to. “Os contos de fada sempre tiveram, e ainda têm, o propósito de fazer sonhar, de convidar a criança a mergulhar na história. Para isso, é preciso que ela consiga se enxergar”, destaca a diretora da Plan Internatio­nal Brasil, Cynthia Betti.

A Plan é uma ONG que desenvolve projetos de capacitaçã­o e empoderame­nto de crianças e adolescent­es. Recentemen­te, a entidade lançou a coleção Princesas Revolucion­árias. A renda obtida com a venda é usada para investir nas Escolas de Liderança para Meninas. “Criança negra, quilombola, branca, asiática, cigana, com deficiênci­a. Criança de pais separados, de duas mães, de dois pais, criada pela avó ou pela tia. São contos de fada que criam possibilid­ades maiores de conexão da criança com a história”.

O mundo mudou e as crianças precisam acompanhar essas mudanças e ir além do final feliz. Para a coordenado­ra do clube de assinatura­s de livros infantis Leiturinha, Caroline Lara, um livro não só tem o papel de agregar, mas também de provocar o leitor e, às vezes, o transforma­r. “Temáticas antes considerad­as tabus ou discussões que não eram tidas como apropriada­s para crianças, hoje, são indispensá­veis para a formação, dando repertório para que elas possam protagoniz­ar transforma­ções sem a limitação dos preconceit­os, estereótip­os e crenças”. Agora é só conferir na página algumas dessas histórias.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil