Funcionários da Ford fazem novo protesto
DEMISSÃO EM MASSA Os trabalhadores da Ford voltaram a protestar na manhã de ontem contra a saída da empresa do Brasil e a demissão em massa de 12 mil funcionários diretos, segundo o sindicato. O ato aconteceu na fábrica da montadora em Camaçari, que permanece fechada desde 11 de janeiro. Desde então, apenas duas reuniões entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari foram realizadas.
“A primeira foi para agendar o calendário de reuniões e na segunda eles nos apresentaram uma proposta desrespeitosa e tão vergonhosa que a gente nem levou para assembleia. Não existia possibilidade de aceitarmos. Eles colocaram valores que não vale a pena falar. Tem outra reunião na próxima segunda-feira e queremos que o Ministério Público esteja junto”, disse Júlio Bonfim, presidente do sindicato.
Durante a manifestação, os cerca de 2 mil trabalhadores penduraram uniformes em uma cerca que contorna a sede da montadora. Na farda, foram escritas frases de ordem e nomes de familiares que também serão afetados com a perda dos empregos. O sindicato luta para que empresa continue produzindo em Camaçari, respeitando o acordo de estabilidade até 2024 assinado com a categoria.
Esta semana, Júlio Bonfim e representantes do governo
Cerca de 2 mil trabalhadores penduraram suas fardas na sede da montadora com frases de ordem
estadual tiveram reuniões com o Ministério Público, que está dimensionando o impacto da saída da montadora do país, e com as embaixadas da Coreia do Sul, Índia e Japão, manifestando interesse que empresas desses países ocupem o lugar da Ford. “Ontem também teve reunião com a embaixada chinesa. Nós esperamos que venha uma nova montadora, mas sabemos que isso não é de uma hora para outra”, disse Júlio.