Arrecadação federal fechou 2020 com queda de 6,91%
A queda de arrecadação foi bem abaixo do que estava previsto no início do ano pelos economistas brasileiros Paulo Guedes Ministro da Economia
BALANÇO A queda da atividade econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, aliada às desonerações para ajudar pessoas físicas e empresas, fez a arrecadação federal cair no ano passado. Segundo a Receita Federal, a União arrecadou R$ 1,479 trilhão em 2020, recuo de 6,91% em relação ao ano anterior, descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
O valor veio acima do esperado pelas instituições financeiras. Segundo o relatório Prisma Fiscal, pesquisa mensal divulgada pelo Ministério da Economia, os analistas de mercado esperavam que a arrecadação fechasse 2020 em R$ 1,461 trilhão. Com o resultado em 2020, a arrecadação federal registrou o nível mais baixo desde 2010, em valores também corrigidos pelo IPCA.
Apesar da queda no acumulado do ano, a arrecadação federal reagiu em dezembro. No mês passado, a União arrecadou R$ 159,065 bilhões, com alta de 3,18% em relação a dezembro de 2019. O resultado foi o melhor para o mês desde 2013, descontada a inflação.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que considerou o resultado da arrecadação excelente, levando-se em consideração a crise econômica provocada pela pandemia da covid-19.
"A queda de arrecadação foi bem abaixo do que estava previsto no início do ano pelos economistas brasileiros, pelas agências que acompanham a situação econômica brasileira", afirmou. “Uma queda de 3,75% [queda nominal, que não considera a inflação] num ano em que enfrentamos o maior desafio da economia brasileira, jamais enfrentado antes, que foi um total colapso da mobilidade social, isso é um resultado que eu considero excelente, dada a situação”, afirmou.
Durante sua apresentação inicial, o ministro Paulo Guedes afirmou que o valor do imposto adiado que não será recuperado pela Receita Federal é de R$ 8 bilhões.
“Dos mais de R$ 80 bilhões de diferimentos, ou seja, uma folga para as empresas brasileiras poderem respirar, essa asfixia que se coloca sobre a economia brasileira, elas conseguiram se recuperar e devolver os recursos que foram diferidos. Dos mais de R$ 80 bilhões só R$ 8 bilhões não voltaram”, disse.
GOVERNO O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem que a vacinação em massa é decisiva para a retomada do crescimento econômico. “A volta segura ao trabalho é importante e a vacinação em massa é decisiva, é um fator crítico de sucesso para o bom desempenho da economia logo à frente”, disse Guedes.
Guedes também rebateu as críticas de que o governo brasileiro não negociou com mais fabricantes de vacinas. O governo conseguiu até agora receber doses da vacina de Oxford, desenvolvida pela AstraZeneca, e da CoronaVac, mas esta resultado de um acordo entre a China e o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.
“O Brasil está realmente tentando comprar todas as vacinas", afirmou.