Correio da Bahia

Pandemia Família de professora morta no dia 17 garante que ela pegou covid por duas vezes

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passar o período em Salvador. Foi aí que a febre voltou a aparecer e assustar a professora. “Só que ela ainda achava que eram sequelas da doença. A febre vinha e passava”, diz Maise. Já em 2021, a professora retornou para Valente e foi na cidade do interior que os sintomas se agravaram: a febre ficou mais intensa e, no dia 6 de janeiro, houve perdas do olfato e do paladar. Isso foi registrado pela vítima em uma publicação no Facebook a favor da vacinação contra a covid-19.

“Se você não quer tomar [a vacina], mantenha distância e tomara que nunca tenha o covid. Tive em outubro e faz três dias que perdi o olfato e paladar, além da febre alta que dá trabalho de baixar”, escreveu Maria, no dia 9 de janeiro.

Com o agravament­o dos sintomas, ela chegou a fazer um teste rápido na cidade, que deu negativo. “Passou então a ir para o hospital e voltar. Eles diziam que estava tudo bem e mandava tomar Vitamina, Dipirona e loratadina”, recorda a irmã. Só que a saúde da professora piorou e, no dia 15 de janeiro, ela foi para o hospital novamente. Lá fez mais um teste rápido, que dessa vez deu positivo.

“Foi constatado que ela estava com a saturação baixa e o pulmão comprometi­do. Então, a levaram para Salvador, onde fizeram um outro teste, dessa vez RT-PCR, cujo resultado positivo só saiu após ela ter morrido”, lamenta a irmã. Maria chegou a ser intubada, mas não resistiu. Ela deixou um marido, uma filha e um enteado.

DOR

Abalados com o faleciment­o da professora, foi difícil para família e amigos da Maria de Fátima aceitarem a perda. “Ela era uma pessoa tão tranquila, simples e humilde. Não era de ‘se aparecer’. Ficamos muito assustados. Essa morte chamou a atenção de todos, não só em Valente, como também em Coité”, conta a prima Celita.

“Hoje a gente está mais conformado, pois entende que a morte é algo natural da vida e ela acreditava muito na vida após a morte. Ela era espírita. Como a gente tem esse entendimen­to, ajuda a conformar. Mas eu espero que o caso dela sirva de alerta para as pessoas”, afirma Maise.

A ex-secretária de Educação de Conceição do Coité e ex-chefe da professora morta, Perpétua Sampaio, escreveu em nota a sua solidaried­ade. “Natural de Valente, vítima de infecção por covid-19 pela segunda vez em menos de seis meses, portadora de fibromialg­ia, a nossa querida Maria de Fátima nos deixou”, registrou.

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