Volume maior de vacinas, só no mês de fevereiro
Governo anuncia chegada de produtos para produção da CoronaVac e a de Oxford
O número de 685 mil vacinados no Brasil, registrados até a noite de ontem, deve aumentar significativamente nas próximas semanas. Após idas e vindas, atrasos e desmentidos, o abastecimento dos dois principais imunizantes que serão utilizados no país – a CoronaVac e a vacina de Oxford – começa a se normalizar. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que os insumos para a CoronaVac chegarão “nos próximos dias” ao Brasil, enquanto a Fiocruz confirmou a expectativa da chegada de novas doses do medicamento fabricado na Índia.
Jair Bolsonaro relatou ter recebido a informação da embaixada da China, que teria informado que 5.400 litros de insumos já estariam prontos para serem enviados ao Brasil. Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, os produtos devem chegar até o fim da semana. No início da tarde, em publicação em redes sociais, Bolsonaro ainda acrescentou que insumos para vacina da Universidade de Oxford e da AstraZeneca estão “com liberação sendo acelerada”.
Ele agradeceu a “sensibilidade” do governo chinês. A publicação é acompanhada de uma foto de Bolsonaro com o presidente da China, Xi Jinping, durante visita do brasileiro ao país, em 2019.
No ano passado, Bolsonaro fez diversas críticas à CoronaVac e chegou a dizer que o governo brasileiro não compraria o imunizante porque a China teria um “descrédito muito grande”.
Em resposta, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, afirmou, também na rede social, que a “China está junto com o Brasil na luta contra a pandemia e continuará a ajudar o Brasil neste combate dentro do seu alcance”. Ele acrescentou que a “união e a solidariedade são os caminhos corretos para vencer a pandemia”.
Já o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ao comentar o assunto no Twitter, disse que a “atenção do Governo chinês no sentido de autorizar a exportação de insumos para as vacinas, sem qualquer condição extra-contratual, mostra o quanto é construtiva a nossa relação com a China”.
Os insumos seriam suficientes para produzir cerca de 5 milhões de vacinas. De acordo com o Instituto Butantan, após a chegada da matéria-prima, são necessários cerca de 20 dias para que o fármaco fique pronto. Caso o prazo anunciado pelo ministro da Saúde se confirme, as novas vacinas para serem utilizadas na terceira semana de fevereiro, em tese.
Esse novo lote se juntaria às cerca de 10 milhões de doses de CoronaVac que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou para uso emergencial na semana passada.
FIOCRUZ
Já as 10 milhões de doses da vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca contra a covid-19 que o Brasil negocia com o Instituto Serum, da Índia, devem chegar ao país ainda no mês de fevereiro. A informação foi confirmada pelo diretor da instituição indiana Suresh Jadhav à emissora CNN Brasil.
Jadhav afirmou que as negociações do instituto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — responsável pelas vacinas no país — estão em estágio avançado e que restam resolver questões de distribuição e transporte.
“Não vejo mais obstáculos do lado do governo e obteremos todas as permissões necessárias para garantir o produto ao Brasil, uma vez que as negociações com o governo brasileiro estiverem finalizadas”, afirmou. A relativa demora da chegada das doses é motivada pela prioridade da Índia em suprir a demanda de países vizinhos e de outros que ainda não tiveram acesso à vacina, mas que uma vez que essa necessidade for superada, as vacinas devem chegar ao Brasil em uma semana.
A Fiocruz divulgou em nota ontem que há uma “sinalização” de que o primeiro lote de insumo para a fabricação de 7,5 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca seja feito em 8 de fevereiro, na mesma linha da informação passada pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais.
Esse insumo, necessário para a fabricação do imunizante, é chamado de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). De acordo com a nota, ainda não há confirmação da data para a remessa da IFA, que depende de aval das autoridades chinesas para que seja exportado.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também precisa dar o aval para utilização do produto.
PZIFER
Além de ter enviado uma carta ao presidente Jair Bolsonaro, como revelou a CNN Brasil, a Pfizer fez gestões junto ao Ministério da Economia e à Embaixada do Brasil nos Estados Unidos para tentar convencer o governo brasileiro a comprar sua vacina.
O governo admitiu que recebeu oferta de vacina da Pfizer, mas alegou que o acordo “causaria frustração” aos brasileiros pela baixa quantidade de doses e por regras “abusivas”. Segundo uma nota publicada pelo Ministério da Saúde, o governo se reuniu com representantes da empresa, mas não houve acordo.
Não vejo mais obstáculos do lado do governo e obteremos todas as permissões necessárias para garantir o produto ao Brasil, uma vez que as negociações estiverem finalizadas Suresh Jadhav Diretor do Instituto Serum, da Índia, que é o responsável pela fabricação da vacina de Oxford e da AstraZenica