Correio da Bahia

CONFIRA HISTÓRIA E REFORÇO NOS ÔNIBUS

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História A linha, que hoje se resume às dez estações da cidade de Salvador, costumava cortar toda a Bahia, aproximand­o o território aos estados vizinhos numa malha que interligav­a o país. Foi inaugurada em 1860, conectando Salvador a Alagoinhas. Com o passar dos anos, o número de estações foi reduzindo e a distância, com as reformas, também. Em 1972, a viagem ia até Simões Filho. O desenho atual é do início dos anos 1980

Mais ônibus A Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) colocará a frota reguladora para atender a nova demanda de passageiro­s. Serão oito veículos das 5h30 às 9h, sendo quatro em frente ao centro de abastecime­nto de Paripe e quatro no Largo do Luso. Das 16h às 19h, oito veículos ficarão à disposição no Terminal da França e o apagamento de tanta história. Jacira Silva, 68 anos, desenvolve­u uma relação especial com o trem. Professora de História, ela leva, todos os anos, seus alunos para conhecerem o modal. Para ela, o VLT poderia ser implantado sem a desativaçã­o dos trens.

Quem também vai sentir falta do serviço é a comerciant­e Rose Freitas, 33 anos. Ela mora no Lobato e utiliza o trem todos os dias, para chegar na estação da Calçada, onde tem uma barraquinh­a de frutas. Ela diz que o novo custo da passagem vai pesar no bolso e teme que, com a desativaçã­o, as vendas caiam. “Vai aumentar muito o nosso gasto. Eu gastava um real por dia, vou gastar quase nove. Vai pesar muito, até por conta do comércio, que é forte por causa do ponto na porta da estação. Aqui é passagem mesmo de todo mundo. Vou tentar uma ou duas semanas aqui, para ver como fica. Todos os ambulantes estão muito desanimado­s”, diz Rose.

Mas há também quem concorde com a desativaçã­o dos trens. Para a aposentada Marizete Araújo, 65, o VLT vai valorizar a região mais carente da cidade. “Vai ser ótimo para o Subúrbio, para a periferia. A gente precisa de melhorias, de modernidad­e. É um desrespeit­o com o ser humano isso aqui [o trem] ainda estar funcionand­o, porque toda hora quebra, um perigo.”

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