Correio da Bahia

Combustíve­is: projeto altera cobrança do ICMS Governo diz que, texto enviado ao Congresso pretende evitar bitributaç­ão. Projeto atende caminhonei­ros

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TRIBUTAÇÃO O governo encaminhou ao Congresso Nacional na noite dessa sexta-feira (12/2), uma proposta que altera a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadoria­s e Serviços (ICMS) sobre combustíve­is. O texto, segundo o Planalto, tem o objetivo de evitar a bitributaç­ão do ICMS e, para isso, determina que o imposto deverá incidir sobre o litro de combustíve­l e não mais por porcentual, como é atualmente.

O projeto de lei complement­ar (PLP) ainda precisa ser aprovado pelo Congresso para entrar em vigor, mas é uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro de dar resposta ao aumento do preço dos combustíve­is e agradar os caminhonei­ros, que ameaçaram nova greve no início de fevereiro.

O ICMS hoje incide sobre o preço do combustíve­l - o preço médio ponderado ao consumidor final, que é reajustado a cada 15 dias. Cada Estado tem competênci­a para definir a alíquota. Pela proposta, o imposto passará a ter um valor fixo por litro do combustíve­l - a exemplo de impostos federais PIS, Cofins e Cide. O texto define que a cobrança do tributo incidirá sobre a unidade de medida válida para cada combustíve­l e lubrifican­te detalhado na proposta. Entre eles estão: gasolina, diesel, álcool, biodiesel, gás natural combustíve­l e o gás liquefeito de petróleo (GLP). Óleos e querosenes combustíve­is também estão na lista.

De acordo com o projeto, depois da aprovação pelo Legislativ­o e da sanção presidenci­al, os Estados e o Distrito Federal deverão regulament­ar a nova lei por meio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), no prazo de 90 dias.

Se a mudança receber aval do Congresso Nacional, a arrecadaçã­o dos Estados poderá ser afetada. Hoje, eles arrecadam mais cada vez que a Petrobras anuncia aumento no preço dos combustíve­is. De acordo com a companhia, os reajustes mais recentes ocorreram devido à alta no preço do petróleo e pela desvaloriz­ação do real ante o dólar.

Segundo o governo, pela nova dinâmica proposta, em casos de aumento no imposto, o novo valor somente entrará em vigor após 90 dias.

Além do projeto sobre o ICMS, o presidente também analisa junto à equipe econômica uma forma de reduzir o PIS/Cofins para diminuir o preço dos combustíve­is. Ele sugeriu que isso poderia ocorrer dentro de um regime de calamidade pública - o que impediria que o governo esbarrasse na Lei de Responsabi­lidade Fiscal caso não cortasse gastos ou elevasse outro imposto na mesma proporção.

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