Planejamento municipal e urbano
Isto se reproduz por toda a cidade, em todas as cidades, porque os projetistas costumam ver a obra como um fim em si mesmo e não como instrumento de transformação urbana. É urgente mudar isto, trabalhar com equipes interdisciplinares, para superar os desvios de formação profissional e potencializar o desenvolvimento das cidades. Este é o papel insubstituível do planejamento.
Qualquer que seja o porte do município, é estratégico que exista um núcleo central de planejamento, mas não o planejamento centralizado. Que cada secretaria tenha algum núcleo que domine as normas e a cultura setorial, nas áreas de educação, saúde,
tingueiras também podem ser antivirais.
Entre as espécies, duas famílias de plantas chamam atenção. Uma delas, inclusive, foi coletada em solo baiano, na cidade de Jaguarari, a 400 km de Salvador: a Annonaceae
(da mesma família da pinha e da graviola). As plantas da família Passifloraceae, como o maracujá, também são analisadas no estudo.
“Quando alguém fala em caatinga, as pessoas enxergam um lugar de chão rachado e árvores secas. A biodiversidade do bioma é muito rica. Nossas plantas possuem diversas moléculas com atividades farmacológicas. A Annonaceae, por exemplo, possui uma substância da classe dos alcaloides, com importante atividade biológica antiviral”, esclarece o coordenador do Neplame, Jackson Guedes.
“A biodiversidade da Caatinga nos fornece várias moléculas que podem ser alternativas para o desenvolvimento de novos tratamentos contra a covid-19. Antes, porém, é preciso provar cientificamente, justamente com estes estudos. A substância servirá como síntese para o desenvolvimento do medicamento”, complementa.
INSUMO
A pesquisa tem ainda outra importância. “Um estudo como este serve como pilar na criação de insumos farmacêuticos para medicamentos e vacinas. Investindo na ciência, nosso país tem potencial para exportar insumos, reduzindo a dependência externa, como tivemos com os chineses e indianos na produção de vacinas contra o coronavírus. Sem ciência, não existe futuro”, ressalta o coordenador.
Para o botânico Ricardo Cardim, o Brasil tem potencial para ser o número 1 na fabricação natural de insumos, medicamentos e vacinas para diversas doenças, não apenas contra o coronavírus. O problema é que nós mesmos estamos destruindo esta capacidade. “Temos o privilégio de morarmos no país com a maior biodiversidade do planeta. Temos 50 mil espécies de plantas conhecidas e, certamente, temos aqui a cura de várias doenças que existem e podem existir", argumenta. "O problema é que o Brasil destrói o que tem. A caatinga é fantástica e genuinamente brasileira. Não me surpreende terem encontrado plantas com potencial de cura para a covid. É apenas uma ponta do iceberg que não exploramos, pois não investimos em ciência. Imagino como seria se a Alemanha, que investe na sua educação e pesquisa, tivesse o que temos. Existe aqui uma prateleira infinita de curas, falta saber usá-las”, conclui.
A biodiversidade da caatinga é muito rica. Nossas plantas possuem diversas moléculas com atividades farmacológica Jackson Guedes.
coordenador do Neplame