Correio da Bahia

SOLUÇÃO COM VINAGRE DE ÁLCOOL

- Priscila Natividade texto priscila.oliveira@ redebahia.com.br

'educação digital' deve ser passada adiante. "A liberdade de expressão existe e tem que ser respeitada, mas ela termina a partir do momento que ofende, ameaça, difama, causa injúrias", explica.

MAIS DIFÍCIL

Essa é a realidade para a maioria das pessoas que usa os provedores tradiciona­is. Mas nem sempre é assim, segundo a delegada Lívia Carvalho, chefe do Grupo de Repressão a Crimes Cibernétic­os da Polícia Federal.

"A gente ouve muito falar da deep web ou das redes VPN. É uma criptograf­ia. Elas funcionam como descascar uma cebola. Você chegaria ao IP por milhares de fases, até chegar naquele núcleo da cebola, que seria o IP questionad­o", explica. Na deep web - a parte não indexada da web -, o IP roda por vários países e, não fica registrado.

Essa não é, porém, a internet 'padrão'. "Todas as investigaç­ões relacionad­as com a prática de delitos em geral na internet vão buscar a conexão original", diz a delegada.

O que ainda pode acontecer é o que ela chama de cortina de fumaça. A pessoa usa a internet tradiciona­l, mas, uma rede wi-fi pública. Isso faz com que a conexão não seja anônima, mas torna mais difícil chegar ao usuário. “Saber de onde partiu a conexão também é relevante. E ela nunca vai ser anônima”, reforça.

‘SOLDADOS DO ÓDIO’

Situações como essa levam a um debate psicológic­o. Em um caso de linchament­o virtual, o psiquiatra André Brasil, professor de Medicina da UniFTC, acredita que o primeiro passo é buscar ajuda profission­al. "Tanto o abusador quanto a vítima precisam ser olhados profission­almente", defende.

Com as redes sociais, comportame­ntos que sempre existiram ficaram mais fáceis. Segundo o psiquiatra, em casos de ataques em massa, é como se houvesse um exército de soldados invisíveis.

"Esse anonimato dá uma espécie de barreira. Você vai desenvolve­r a agressão por ser um soldadinho do ódio, mas o outro não vai devolver o ódio (especifica­mente) a você. Quem está sendo odiado, destruído, não tem como se defender", pondera.

A pandemia potenciali­zou os ataques, já que as relações ficaram mais virtualiza­das. Ao mesmo tempo, muitos usuários, ao se deperarem com uma situação de linchament­o decidem reforçar o coro - ou ‘odiar em massa’.

"Pelo véu desse pretenso anonimato, se revelam. Isso ajuda a entender como esse rebanho se movimenta. Tem que fazer um processo de psicoeduca­ção com essas pessoas, que é algo feito com cada paciente", completa.

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