DE OUTROS CARNAVAIS: FESTA PARA SER VIVIDA
Gente Folia em Salvador passou por muitas mudanças, mas participação popular ainda é a grande essência
em comum que vai permanecendo e se fortalecendo, que é um caráter popular e de participação do Carnaval de Salvador. O público não quer só assistir o carro alegórico passar, assim como não quer só assistir ao desfile da escola de samba lá na década de 1960. O folião do Carnaval de Salvador quer participar”, completa Fantinel. A festa aqui não acontece se não tiver gente na rua. É o caso de 2021.
FORMATOS
O formato do Carnaval de Salvador mudou, mas alguns elementos permaneceram, se reinventaram, deixaram herdeiros. Do final do século 19 até os primeiros anos do século 20, os clubes e bailes protagonizavam. Mas, com uma presença mais forte do povo na rua, os cordões e batucadas foram surgindo e ganhando força, levando para a avenida as pessoas que não podiam curtir as festas promovidas pela elite.
“Não é que um modelo termina e outro começa, eles vão se entrecruzando”, explica o historiador Luan Alves, que pesquisa o Carnaval de Salvador. No início do século passado, mesmo com as pessoas cada vez mais presentes na rua, as agremiações afro-baianas eram proibidas de passar pelos circuitos oficiais, o que mudou entre 1914 e 1915, com o fim da proibição.
Isso abriu espaço para que os cordões e batucadas ganhassem as ruas. Enquanto isso, os clubes ainda faziam seu Carnaval, os corsos - carros enfeitados - se exibiam pela Rua Chile e, ano após ano, novas ideias foram nascendo. “As escolas de samba surgem no final da década de 1950 e início de 1960, quando ainda existem grandes clubes, afoxés, blocos, cordões como os Filhos de Gandhy, os Cavaleiros de Bagdá. Ou seja, essas coisas vão coexistindo”, continua Luan.
Tudo isso mostra uma dinâmica que, para Caroline Fantinel, espelha a história da cidade e da própria sociedade que festeja o Carnaval.
PIONEIROS
As décadas de 1940 e 1950 são marcadas por