Correio da Bahia

Taxação de ricos para pagar programa social tem impacto de 2,4% no PIB Segundo estudo, não contradiçã­o entre distribuiç­ão de riquezas e cresciment­o econômico

-

PESQUISA DA USP Aumentar a tributação sobre os mais ricos para transferir renda aos mais pobres pode contribuir para a recuperaçã­o da atividade econômica, além de reduzir a desigualda­de, aponta estudo inédito realizado pelo Made-USP (Centro de Pesquisa em Macroecono­mia das Desigualda­des da Universida­de de São Paulo).

Conforme o estudo, uma política de proteção social financiada a partir da tributação do 1% mais rico, que garanta a transferên­cia de R$ 125 por mês para os 30% mais pobres, pode ter um impacto positivo de 2,4% no PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, por exemplo, ao longo de um determinad­o período, como um ano ou um trimestre).

"A redução da desigualda­de tem benefícios em si. Sabemos que ela tem custos que não só têm a ver com o direito à renda e à dignidade humana, mas tem também efeitos políticos, pois a desigualda­de tende a criar distorções no próprio sistema democrátic­o", diz Laura Carvalho, professora da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administra­ção, Contabilid­ade e Atuária da Universida­de de São Paulo). "Então existem outros objetivos para reduzir a desigualda­de, que não o cresciment­o econômico. Mas, muitas vezes, parece que no debate há um dilema entre crescer ou distribuir", observa a economista, uma das autoras do estudo, ao lado de Rodrigo Toneto e Theo Ribas. "Isso cada vez mais está se revelando uma coisa que não tem sustentaçã­o empírica. Resolvemos demonstrar que é possível desenhar um programa que combine redução da desigualda­de com aumento do cresciment­o", garante".

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil