Correio da Bahia

Menino ficou em barril por caso envolvendo comida

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CAMPINAS O menino que ficou trancado e amarrado em um barril em Campinas (SP) durante quase um mês foi para o local porque “pegou comida que não era autorizado”. A informação foi confirmada ao portal Uol por fontes da investigaç­ão, que apura o caso de tortura no interior paulista.

Em depoimento à Delegacia de Defesa da Mulher, o garoto de 11 anos relatou que estava havia cerca de um mês dentro do tonel, amarrado com correntes e cadeado, porque pegou comida sem autorizaçã­o dos responsáve­is. Isso teria acontecido no final do ano passado.

A Polícia Civil ouviu também vizinhos que informaram que desde alguns dias antes do Réveillon não tinham contato com o menino, que sempre brincava na rua e era um garoto ativo. O relato coincide com o que ele disse à equipe médica do Hospital Ouro Verde, quando foi internado em 30 de janeiro: tinha visto a passagem de ano dentro do barril.

Os vizinhos também disseram que as visitas à casa da família nunca passavam do portão de entrada, como tios já haviam dito.

A investigaç­ão também aponta que o garoto não estava matriculad­o em nenhuma unidade escolar municipal ou estadual em Campinas no ano de 2020, o que motivou o Ministério Público

a pedir o indiciamen­to do pai por abandono intelectua­l. O pedido foi feito pela promotora Adriana Vacare Tezine, e aguarda decisão da Justiça.

Apesar de tudo que passou, o menino demonstrou preocupaçã­o com o pai. No dia que foi resgatado, perguntou aos policiais que atenderam à ocorrência o que aconteceri­a com ele. No hospital, segundo pessoas que tiveram acesso ao garoto, ele questionou se o homem estava bem.

O laudo da perícia feita pelo Instituto de Criminalís­tica

já havia apontado que a casa onde o menino de 11 anos tinha ‘fartura’ de comida, ventilador­es e condições adequadas para o desenvolvi­mento de uma criança, apesar de ele ter sido vítima de maus-tratos e privação. A perícia foi realizada em 30 de janeiro, mesma data em que o caso foi descoberto pela Polícia Militar. A casa ainda não havia sido revirada por moradores indignados com o caso.

O menino segue aguardando definição da Vara da Infância e Juventude sobre seu futuro.

O garoto de 11 anos relatou que estava havia cerca de um mês dentro do tonel, amarrado com correntes e cadeado, porque pegou comida sem autorizaçã­o

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