Correio da Bahia

Riscos para os idosos e outros grupos

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As crianças, em sua maioria, são assintomát­icas para a covid-19. Ou seja, podem contrair o vírus e não apresentar sintomas, mas ainda assim, transmitir­em para idosos e outros grupos de risco. A escola, por sua vez, é tida como ambiente de aglomeraçã­o. Quem defende a volta às aulas contesta esses argumentos e diz que outras pesquisas mostram que a transmissã­o é pequena entre as crianças.

Para o infectolog­ista Roberto Badaró, o risco existe, mesmo que todos os protocolos de segurança sejam seguidos. “Temos que analisar as condições da escola. Infelizmen­te, as escolas públicas devem ser as últimas a voltar, pois é muito investimen­to envolvido para aplicar as medidas de segurança. Mas elas sendo aplicadas e seguidas à risca, o risco de contaminaç­ão diminui”.

Alguns estados retomaram atividades presenciai­s, mas decidiram voltar atrás, como Santa Catarina, que retornou ao ensino remoto nas regiões com alto índice de contaminaç­ão. Em São Paulo, onde as aulas vêm sendo retomadas desde setembro de 2020, professore­s da rede estadual entraram em greve. Não aceitam dar aulas presenciai­s sem condições efetivas de segurança, ampla vacinação e controle da pandemia. Segundo a categoria, 147 funcionári­os de escolas públicas e privadas de São Paulo contraíram covid-19 desde a retomada das atividades nas escolas.

Em Salvador, a bombeira civil Luciana Oliveira, mãe de Davi Lucca, de 7 anos e asmático, afirma que não se sente segura para deixá-lo voltar. A Justiça, por sua vez, afirma que os pais têm direito a optar por aula remota se estiverem inseguros.

A doença se propaga mais em ambientes fechados. Não faz sentido ele voltar dessa maneira. Pra gente dói, pra ele também porque sente falta dos amigos. Mas é algo que a gente tem que passar para preservar a vida de todo mundo Luciana Oliveira

Mãe de um estudante de 7 anos

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