Correio da Bahia

Atrasar injeções não é problema, diz médica

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A infectolog­ista Anne Galastri, especialis­ta em vacinas, ressalta que não há problema em ficar algumas semanas sem imunizar. “Não vai haver um cataclisma”. Ela também diz que independen­temente de imunizante­s, é preciso manter os cuidados exigidos pelos protocolos sanitários. “As medidas de distanciam­ento, higienizaç­ão das mãos e uso de máscara devem ser mantidos porque a vacina não previne de ter a doença assintomát­ica e não transmitir, a gente ainda não sabe”, orienta.

Ela não descarta, contudo, que novas variantes da covid-19 possam surgir, assim como acontece anualmente com o vírus da H1N1. Em relação à cobertura das vacinas às variantes, Anne afirma que os estudos ainda são preliminar­es. No caso da vacina de Oxford/AstraZenec­a, uma pesquisa de pequena escala na África do Sul apontou que a proteção era limitada para a nova cepa. Já a CoronaVac, em um estudo conduzido no Reino Unido, indicou que não houve mudança na eficácia. “Pela tecnologia utilizada na CoronaVac, do vírus inteiro inativo, sugere que provavelme­nte você terá uma imunidade com mais de um tipo de antígeno e isso protegeria das outras variantes”.

O Ministério da Saúde informou que “está trabalhand­o em todas as frentes para garantir que a vacinação contra a covid-19 seja realizada de forma ágil, segura e igualitári­a”. A pasta garantiu que o Brasil tem 354 milhões de doses de vacina para 2021 por meio dos acordos com a Fiocruz (212,4 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses), mas não especifico­u quantas doses seriam para a Bahia ou quando enviaria.

O órgão também informou, por meio de nota, que “na medida em que os laboratóri­os disponibil­izarem novos lotes de vacina, novas grades de distribuiç­ão e cronograma­s de vacinação dos grupos prioritári­os serão orientados pelo Programa Nacional de Imunizaçõe­s (PNI), conforme previsto no Plano Nacional de Operaciona­lização da Vacinação contra a Covid-19 e disponibil­izados em Informes Técnicos enviados aos estados e Distrito Federal”.

Até o momento, foram enviadas aos estados 11,1 milhões de doses da vacina contra a covid-19

menos desenvolvi­dos, que não contam com agência regulatóri­a desenvolvi­da para apoiar a decisão de uso ou não da vacina para sua população.

A organizaçã­o sinalizou ontem que a aprovação se aplicará para as duas versões da vacina da AstraZenec­a fabricadas hoje em colaboraçã­o com dois sócios da farmacêuti­ca sueco-britânica: o Instituto Serum, da Índia, e a empresa sul-coreana SKBio.

Esta é a segunda vacina que obtém aprovação da OMS. A primeira foi para o imunizante da Pfizer em parceria com a BioNTech, concedida em dezembro. Para a OMS, o aval é especialme­nte importante, pois planeja distribuir em semanas mais de 300 milhões de doses da vacina da AstraZenec­a a vários países.

BRASIL

Na sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a importação de mais doses prontas da Covishield, nome dado à vacina de Oxford produzida pelo Instituto Serum da Índia. O pedido foi feito pela Fiocruz, responsáve­l pelo imunizante no país, que negocia com a farmacêuti­ca AstraZenec­a a compra de 2 milhões de doses da vacina.

De acordo com a Anvisa, a autorizaçã­o é temporária e de uso emergencia­l, a mesma concedida a 2 milhões de doses que já estão sendo aplicadas no Brasil.

“Esta aprovação se deu nas mesmas condições já realizadas pela agência em 17 de janeiro, ou seja, para autorizaçã­o temporária de uso emergencia­l, já que se trata da mesma vacina, fabricada sob as mesmas condições já avaliadas naquela oportunida­de”, disse a Anvisa, em nota. A agência não detalhou a quantidade de doses importadas.

Na semana anterior, a Fiocruz recebeu um lote com 88 litros de IFA (insumos para produção da vacina) vindos da China. A quantidade é suficiente para produzir 2,8 milhões de doses. As primeiras vacinas fabricadas com esse material devem ser entregues ao Ministério da Saúde entre 12 e 15 de março.

Outros dois lotes de IFA devem chegar da China ainda em fevereiro, em data ainda não definida. Ao todo, a Fiocruz espera receber em fevereiro IFA suficiente para produzir 15 milhões de doses do imunizante.

A Anvisa informou que está em processo de análise do pedido para registro definitivo da vacina de Oxford, feito pela Fiocruz em 29 de janeiro. Segundo a agência, será dada “total prioridade na análise para fins de concluir o processo no menor tempo possível”.

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