Negação e medo alimentam agressões na pandemia
EFEITO COLATERAL Um médico infectologista e a mulher dele, também médica, foram agredidos em Toledo, no Paraná, após tentar conscientizar um parente dos riscos das aglomerações para a disseminação da covid-19, no momento em que a rede de saúde de diversos estados está saturada e as mortes pela doença no país tiveram um salto, beirando as duas mil por dia. Nas redes sociais, na segunda-feira, 01, José Eduardo Mainart postou a foto com o rosto machucado e o relato do ataque sofrido após tentar convencer o familiar a não sair para a balada.
Apesar do caso em Toledo chocar, não é fato isolado. Ainda nos primeiros dias da pandemia, em 20 de março de 2020, quando pouco se sabia sobre o vírus, uma reportagem do UOL trazia os casos de agressão sofridos por médicos e enfermeiros no metrô e nos ônibus da capital paulista. Naquela época, as pessoas temiam se contaminar ao ver os profissionais fardados nos coletivos.
Especialistas como Adriano Dias, que coordena um estudo da Unesp - Universidade Estadual Paulista - sobre impactos psicológicos da pandemia em moradores de 26 países, diz que o medo é um fator que desencadeia agressividade e, diante de uma doença misteriosa, as pessoas reagem sob forte estresse e de forma violenta para tentar se proteger.
Mas, nos socos levados pelo médico paranaense não parece ter sido apenas medo irracional puro e simples o que determinou a reação do familiar, mas também a negação da realidade por quem teima em não confiar na ciência. O sentimento de que ‘não está acontecendo nada’, quando a situação é cada vez mais crítica, causa ainda aquelas situações vividas por quem cumpre o isolamento social e as regras de segurança ao presenciar o comportamento de muita gente nas filas dos supermercados, onde as faixas amarelas coladas no chão para sinalizar o metro e meio de distância segura entre um cliente e outro são ignoradas solenemente.
Ainda em maio de 2020, Adriano Dias, que é professor do Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Botucatu, definiu o que acontecia no Brasil após os primeiros dias da pandemia. O que ele disse na ocasião, explica bem as agressões sofridas pelo médico José Eduardo ou as atitudes de quem negligencia o distanciamento social.
Para o especialista, depois do período inicial da pandemia, quando muitas pessoas foram mais solidárias com as mais vulneráveis, o prolongamento do isolamento e das restrições da atividade econômica fez com que muita gente desenvolvesse um maior sentimento de irritabilidade, individualismo exacerbado e intolerância; além de certa falta de senso de coerência, que as leva a duvidar da veracidade das informações sobre a doença e culmina na agressão a quem se opõe a essas tentativas de fuga da realidade. Muitas vezes, alguém foge dos fatos reais por desconhecimento ou medo de lidar com a verdade.
VIOLÊNCIA A Bahia liderou o número de homicídios praticados contras mulheres em 2020, segundo revelaram os dados da Rede de Observatório de Segurança, divulgados na quinta, 04. Foram 111 casos de assassinatos que não foram considerados feminicídios, tipificação que ocorre quando a vida de uma
A pandemia da covid-19 levou ao aumento dos índices de pobreza e de pobreza extrema na América Latina (AL) no ano passado, afirma o relatório Panorama Social da América Latina 2020, divulgado na quinta-feira, 04, pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Segundo o documento, a taxa de pobreza extrema atingiu
12,5% da população e a de pobreza, 33,7%. O total de pessoas pobres na AL - formada por quase todos os países das américas do Sul e Central chegou a 209 milhões no fim de 2020, 22 milhões a mais que 2019. Do total, 78 milhões vivem em extrema pobreza.
O Ministério da Educação (MEC) pretende nomear como coordenadora de materiais didáticos, a professora Sandra Ramos, que é uma aliada do movimento Escola sem Partido e acumula críticas à base curricular nacional a partir de seus princípios religiosos. A informação foi antecipada na sexta-feira, 05, pelo jornal Folha de São Paulo, e é divulgada na sequência da alteração já feita pelo Fundeb no edital do PNLD - Programa Nacional do Livro Didático - 2023, que excluiu das suas regras a exigência de que as escolas não adquiram obras que reforcem estereótipos de gênero ou ideias racistas e transfóbicas.
Um fóssil de titanossauro encontrado na Patagônia argentina é o exemplar mais antigo da espécie descoberto até agora, afirmaram na terça, 02, os cientistas que dataram o exemplar em 140 milhões de anos. Os ossos do herbívoro, o maior dinossauro que já caminhou sobre a Terra, foram encontrados no sul da província de Neuquén, em uma escavação iniciada em 2014, e indicam que a espécie viveu há muito mais tempo do que se pensava antes. Esse titanossauro da Patagônia era até pequeno para a média de sua espécie, tinha só 20 metros, metade da média de comprimento dos ‘irmãos maiores’.
“A paz é o que nós mais ne- cessitamos e foi um dom que Jesus Cristo nos concedeu. Então, independentemente de raça, cor ou religião, todos os povos precisam de paz, e a paz é aquela construção que nós fazemos e que realizamos através de ações amorosas. É o que a Campanha da Frater- nidade Ecumênica 2021 está propondo, que nesse momen- to de tantas divisões, de pandemia e notícias ruins, nós todos necessitamos de paz interior, entre as nações e entre as religiões”, afirmou.
Este ano o tema da Campanha é ‘Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor’ e o lema: “Cristo é a nossa paz. Do que era dividido fez uma unidade”. Antes da inauguração da obra de arte houve uma missa em que parte das orações foi direcionada às vítimas da pandemia. Na Bahia, o Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela já registrou 232 denúncias de crime de ódio religioso desde que foi implantado, em 2013. No ano passado, foram 29 ocorrências - lembrando que muitas vítimas não registram queixa.
O monumento à paz foi instalado em frente à Basílica, e cada letra tem 1,20 metro de altura e 27 centímetros de profundidade. A obra foi produzida pelo artista plástico Ito Pedreira e confeccionada em dois dias. O material usado foi isopor, e símbolos religiosos foram gravados em cada uma das letras fazendo referência ao cristianismo, candomblé e judaísmo, entre outras crenças. Esse detalhe também foi um pedido da Igreja.
Um tecido estampado em forma de muralha foi posto sobre o monumento antes da inauguração, e a retirada dele, nas palavras do padre, representou a queda do muro que divide as religiões. Nem bem a cerimônia acabou e o local se transformou em um ponto turístico, servindo para todos os tipos de selfies. Para o rezador Marcelo Conceição, 43, mais conhecido como Marcelo de Oxóssi, esse tipo de ação é importante, principalmente em um momento em que a humanidade está sendo posta à prova. Ele convidou as pessoas à reflexão: “A igreja do Bonfim é uma das mais tradicionais da nossa cidade, com fiéis de todas as religiões. Eu sou do axé há muito tempo, mas também me considero católico. O que me deixa triste algumas vezes é que as pessoas aproveitam desse espaço e das nossas festas para fazer fotos, mas no dia a dia desfazem da nossa religião. Deus é um só, e Deus é amor”.
A peça ficará à disposição do público na porta da igreja até o fim da quaresma, em 3 de abril. O padre Edson Menezes ainda não decidiu o que fará com a obra após esse período.
Segundo a Lei 9.459/ 1997, praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional é crime, com pena de reclusão de um a três anos e multa. O atendimento presencial foi suspenso no Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, em função do decreto de interrompeu atividades não essenciais, mas está sendo realizado de forma remota. A unidade oferece atendimento e acolhimento gratuito para as vítimas. Denúncias podem ser feitas pelo telefone (71) 3117-7448/7447.
IMUNIZAÇÃO Será realizada nesse sábado (6) a aplicação da primeira dose da vacina contra a covid-19 nos idosos com idade igual ou superior a 78 anos em Salvador. Para esse público, a estratégia contará com nove drive-thrus e 15 pontos fixos.
Para otimizar o fluxo de atendimentos e evitar longas filas de espera, a SMS comunica que, no período da manhã, entre 8h e 12h, serão vacinados apenas aqueles idosos nascidos entre janeiro e julho de 1942. À tarde, entre 12h e 16h, podem buscar as unidades excepcionalmente os idosos que nasceram entre agosto de 1942 e 6 de março de 1943.
Os idosos com 78 anos ou mais também poderão fazer o agendamento da vacinação domiciliar através do Vacina Express, no site vacinaexpress.saude.salvador.ba.gov.br. São oferecidas por dia 150 vagas, preferencialmente, para indivíduos acamados ou com dificuldade de locomoção.
Os idosos que foram imunizados em casa não precisam fazer novo registro na plataforma digital. O retorno da equipe de saúde será feito automaticamente de acordo com a data de reforço programada no sistema.
Antes de se dirigir a um dos pontos de vacinação é indispensável verificar se o nome do idoso está habilitado a receber a dose. A lista está disponível no site www. saude.salvador.ba.gov.br.
Caso não esteja, será necessário fazer o recadastramento pelo site recadastramento.saude.salvador.ba. gov.br. Ao chegar a um dos pontos fixos ou drives, é indispensável a apresentação de documento oficial com foto.
Devido ao baixo estoque de imunizantes, a aplicação da primeira dose para trabalhadores da saúde está suspensa temporariamente. A estratégia para este público será retomada após a chegada de nova remessa de vacinas. Já a aplicação da segunda dose segue normalmente na capital tanto para idosos como para profissionais de saúde.