UM SÓ PEDIDO
Toda primeira sexta-feira do mês é igual para a cartomancista e baiana de acarajé Marilene Barbosa, 43 anos. Ela sai da Liberdade, onde mora, e vai até a Basílica Santuário Senhor do Bonfim, na Cidade Baixa, para fazer pedidos e agradecimentos. Mas desta vez foi especial. Nessa sexta (5), ela contou que a graça alcançada deixou o coração dela em paz e aproveitou para fazer um pedido por outro tipo de paz.
“Há muito tempo eu estava pedindo por meu filho, para ele conseguir um emprego, e finalmente isso aconteceu. Ele foi aprovado depois do período de experiência e eu vim agradecer. Além disso, pedi pelo fim da pandemia, para que a gente possa ter um momento de paz nessa confusão toda”, disse.
E foi justamente a palavra ‘Paz’ que Marilene encontrou ao sair da missa. As letras são uma obra de arte criada a pedido do reitor da Basílica, o padre Edson Menezes, para lembrar a importância do respeito entre as religiões e inspirar a reflexão entre os fiéis. Ele disse que, apesar da palavra ter apenas três letras, ela representa algo grandioso.
fermos que chegaram ao local foram atendidos na própria unidade.
“A medida é emergencial. Não pretendemos internar as pessoas em ambulâncias, mas sim colocá-las em leitos de forma adequada. Na inexistência de leitos, podemos lançar mão dessa medida porque é importante atender a todos”, afirmou o coordenador do Samu em Salvador.
O apoio dado pelas ambulâncias é possível porque elas são equipadas com materiais como o cilindro de oxigênio, medicamentos, soro, cateteres e uma equipe treinada. Segundo Paiva, Salvador possui 62 ambulâncias do Samu e outras dez ainda devem entrar em operação.
“A gente tem ampliado a capacidade de atendimento com novos leitos, mas esse processo nem sempre acompanha o aumento do número de casos. Entretanto, esse problema de falta de leitos é pontual e oferece um atendimento temporário”, disse Paiva.
Ainda de acordo com ele, a estratégia de ampliar os leitos da atenção primária tem reduzido o volume nos gripários desde a semana passada. Apesar disso, é observado que mais pacientes têm necessidade de suporte de oxigênio.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, já afirmou que, em caso de colapso da rede hospitalar, uma das saídas seria usar ambulâncias do Samu como leitos provisórios, até que vaguem leitos apropriados em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais.
Na quinta-feira (4), em Salvador, 175 solicitações de regulação foram recebidas e, desse total, 99 aguardavam por um leito para tratar a covid, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Com a falta de leitos, o médico do Samu Pedro Julião fez um desabafo: “Não duvide que hoje não temos vagas para as pessoas nos hospitais, e muitas delas estão falecendo dentro das ambulâncias e na porta das UPAs”. O vídeo em que ele grava a mensagem repercutiu pelo país.
Na sexta-feira, a Prefeitura abriu uma nova unidade de suporte ventilatório para covid-19, com dez leitos. A unidade fica ao lado da UPA dos Barris. A nova instalação funciona sob demanda regulada, 24 horas por dia, e está apta para receber pessoas que estão em atendimento na sala vermelha do gripário, na UPA ou no Samu.