Correio da Bahia

O pior ainda está por vir

Ministério projeta 3 mil mortes diárias no país até o fim do mês e mais grave fase da pandemia

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Ao comentar a possibilid­ade de endurecer ainda mais as restrições diante das projeções de alta da covid, o prefeito Bruno Reis destacou que trabalha ao máximo para evitar um lockdown total em Salvador por conta das condições sociais da capital. “O lockdown traz consequênc­ias econômicas graves. Sabemos da dura realidade de pobreza em nossa cidade, do quanto as pessoas dependem do comércio informal para garantir o seu sustento”, explicou.

“Nós contamos com todas essas medidas tomadas até aqui: ampliação de leitos, benefícios sociais como o auxílio emergencia­l, distribuiç­ão de cestas básicas, (ações) convencend­o moradores de rua a aceitar acolhiment­o, disponibil­ização de máscaras, higienizaç­ão de estações de transbordo, óbitos foram confirmado­s em Salvador na última quinta, número

4,5 vezes maior que o de 15 dias atrás. Bahia teve recorde também esta semana, com 137 vítimas fatais, o que comprova tendência de explosão da doença de ônibus, das áreas com concentraç­ão comercial maior da cidade e todo o processo de vacinação”, disse.

De acordo com Bruno Reis, a estratégia em Salvador continuará a ser a de “olhar o filme”, analisando os dados por regiões e realizando eventuais bloqueios localizado­s. “Essa estratégia até então tem evitado o colapso, e esperamos que ela possa seguir assim,

apontados pelo médico Victor Porfírio, que atua na emergência de covid-19 de dois hospitais de Salvador. Ele afirma que, ainda que os jovens não sejam a maioria dos casos graves, eles chamam atenção justamente porque muitos não têm fatores de risco.

“Mesmo sem ter as comorbidad­es, o processo inflamatór­io que eles têm leva à necessidad­e de maior suporte de oxigênio, leito de terapia intensiva. Desde o começo, é falsa essa impressão que muitas pessoas tinham de que o paciente jovem não adoece. Adoece menos, mas o jovem sem comorbidad­es adoece também”, reforça.

CHAMADOS

No dia a dia do Serviço de Atendiment­o Móvel de Urgência (Samu), os chamados para jovens também cresceu. O coordenado­r de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal da Saúde, Ivan Paiva, explica que se antes eles vinham com sintomas leves, agora, é comum que precisem de medidas mais invasivas.

“Agora mesmo, acabei de internar um primo meu com menos de 50 anos, relativa

 ?? ARISSON MARINHO ?? Cemitério da capital, como o Campo Santo, recebem número crescente de mortos em meio ao galope fatal do coronavíru­s
ARISSON MARINHO Cemitério da capital, como o Campo Santo, recebem número crescente de mortos em meio ao galope fatal do coronavíru­s

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