DIREITO E FEMINISMO CAMINHAM DE MÃOS DADAS
Um caso mudou a carreira da advogada baiana, especialista em Direito da Família, Mariana Régis. Ela representou um homem que se recusava a pagar pensão no valor devido à filha. Foi nesse momento que ela percebeu que estava usando o próprio conhecimento para reforçar o machismo. “Esse caso me fez perceber que eu não poderia ser mais uma pessoa nessa engrenagem que prejudica mulher, que eu não poderia usar o meu saber para prejudicar mulheres”, revela.
Depois dessa experiência, ela resolveu nunca mais advogar para homens em disputa contra mulheres. Em 2013, foi para a Argentina fazer a sua especialização na Universidad de Buenos Aires. Três anos depois, voltou ao Brasil e abraçou o feminismo como marca na sua atuação.
“A gente aprende na faculdade que advogado não deve ter posicionamento ideológico. A minha sensação de inadequação com o direito, quando eu passei a fazer uma advocacia para mulheres, se transmutou em minha potência. Porque, hoje em dia, eu sou buscada por fazer essa advocacia alinhada com meus valores políticos”, destaca Mariana.
Na internet, ela encontrou um novo campo para ajudar as mulheres. Através do seu blog (direitosdasfamiliasempauta. wordpress.com) e dos seus perfis nas redes sociais (@ma rianaregisadvogada) Mariana passou a produzir conteúdos sobre assuntos como pensão alimentícia, alienação parental etc. Atualmente, reúne mais de 16 mil seguidores.