CONFRONTOS EM MESQUITA DEIXAM 184 FERIDOS
com captura autorizada, mas tombaram, disse a polícia, em confronto.
OUTROS BURACOS
Em vídeo gravado por repórteres do site The Intercept Brasil, moradores do Jacarezinho afirmam, com o rosto à mostra, que viram pessoas sem armas sendo executadas pela polícia naquela manhã. Uma dos depoentes, um homem de 39 anos de prenome André, exibe o rastro de sangue deixado no quarto da filha, de apenas 9 anos. Ambos foram retirados de casa à força, enquanto ouviam os disparos contra um suposto criminoso perseguido no cerco.
Narrativas idênticas pipocaram na imprensa ao longo das últimas horas. Para reforçar a tese de que houve, no mínimo, uso excessivo da força, a ação desobedece ordem do Supremo que impede operações policiais dessa natureza durante a pandemia.
Há ainda que se levar em conta um aspecto sobre o palco da operação. No rol de favelas cariocas, Jacarezinho está entre as 15% de áreas dominadas exclusivamente por facções do tráfico. Mais de 50% estão sob controle de milícias, enquanto outras 25% vivem em um tipo de joint venture do crime ou sob disputa das duas alas. E, particularmente lá, os milicianos nunca conseguiram pôr os pés. A história do Rio prova que a mudança na ocupação, parte das vezes, é precedida por uma ofensiva policial. O tempo dirá, em breve, se foi o caso.