CARTA ABERTA PARA MAINHA
Seis filhos com diferentes vivências da pandemia contam suas histórias e deixam mensagens às mães
Mães e mainhas, a gente sabe que não está sendo fácil - e que continuará assim por um tempo. Talvez vocês não consigam encontrar seus filhos e filhas neste domingo. Quem sabe sejam eles a chorar pela sua ausência.
Esse vai ser um Dia das Mães de reflexão para a maioria das famílias. Com a pandemia, vieram novos arranjos, novos hábitos e muitas perdas. É difícil encontrar alguém que não conheça quem tenha perdido um ente querido para a covid-19.
Esse contexto transformou a maternidade em um desafio duplo, como explica a psicóloga Sara Santon, psicanalista e sócia do Espaço Lar Saúde. “Foram diversas descobertas e medos que essas mulheres passaram a enfrentar dentro da pandemia, sejam as grávidas, as mães de crianças, as mães de adultos”, analisa.
O momento, por si, amedronta. Isso porque a preocupação também vem duplicada: é com a própria vida, mas também com os filhos. Ao longo do último ano, Sara aponta que muitas mães passaram a desenvolver questões psicológicas como ansiedade, depressão e síndrome do pânico. Assim, a maternidade ficou mais exaustiva.
“A maior parte das mulheres passou a ter que cuidar de alguém na pandemia, sejam os filhos, pais, parceiros, companheiros. É sempre essa mulher cuidando de alguém, tendo responsabilidade com alguém. Isso trouxe muita mudança, força e ressignificação de quem são elas, do poder delas”, ressalta.
Por isso, a edição do CORREIO deste fim de semana decidiu dar voz a filhas e filhos com diferentes vivências da pandemia. Pedimos a cada um que, além de contar um pouco da história das famílias, deixasse mensagens para suas mães. Estamos chamando esses recados de “cartas para minha mãe”. Ainda que sejam homenagens dedicadas a pessoas bem específicas, elas são cartas abertas - e justamente porque acreditamos que são mensagens que podem inspirar muitas outras mães, filhas e filhos neste domingo.