Butantan e Fiocruz interrompem produção de vacinas
SEM INSUMOS O Instituto Butantan interrompeu a produção da Coronavac por falta de insumos para a vacina da covid-19. Segundo o governo João Doria (PSDB), entraves diplomáticos motivados pela postura da gestão Jair Bolsonaro têm atrasado a liberação do produto pela China e não há data de novos envios. Já a Fiocruz, responsável pelo imunizante Oxford/AstraZeneca, anunciou que vai interromper a produção por "alguns dias" na próxima semana à espera de insumos também vindos da China - a previsão de entrega é no dia 22. As paralisações comprometem a vacinação no país, que já sofre com a escassez de doses.
Como novas remessas foram entregues nos últimos dias, os efeitos negativos no ritmo da campanha devem se agravar após algumas semanas. Problemas na entrega da Coronavac já atrasaram a segunda dose em diversos estados.
Nessa sexta-feira (14), o Butantan entregou o último lote, de 1,1 milhão de unidades, antes de parar todas as etapas da linha de produção por falta de matéria-prima. Para maio, o instituto previa entregar ao Ministério da Saúde 12 milhões de doses, mas reduziu a previsão para pouco mais de 5 milhões.
A Fiocruz ainda não interrompeu a produção, mas prevê ter matéria-prima só até "meados da próxima semana". Depois, a produção para "por alguns dias", até chegar o material dia 22. O último lote recebido pela fundação foi quase um mês antes, em 24 de abril. Outro lote é previsto para 29 de maio.
A Fiocruz disse que os lotes "têm chegado continuamente" e as duas remessas de maio garantem entregas semanais de doses até a terceira semana de junho. A farmacêutica AstraZeneca, disse a Fiocruz, "vem atuando diretamente" com o fabricante na China e autoridades locais, com "apoio" da diplomacia brasileira e da Saúde.
"Estamos vacinando com ritmo lento, e não temos independência de fabricação, dependemos de IFA da China", diz Mônica Levi, da Sociedade Brasileira de Imunizações.