Correio da Bahia

RELATO DE BRASILEIRA VACINADA COM A SPUTNIK V

- Paula Fróes foto paulafroes@ gmail.com

um tempão na linha de frente da covid-19. Saí no fim do ano e agora estou de novo. Eu estava trabalhand­o num hospital em que a demanda era gigantesca e tive que voltar porque o Ministério da Saúde vai chamando os médicos de novo. Agora, trabalho em um centro de vacinação.

Fui vacinada com a Sputnik em março. Meu marido trabalha no Samu daqui (da Argentina, onde o casal mora). Ele também é médico e os médicos do Samu estavam recebendo primeiro. Tomei e não tive nada, de verdade. Eu e meu marido não tivemos nada. A única coisa que ele teve foi sono e eu nem isso. Tive uma dor no local, como qualquer vacina na aplicação, mas só.

Aqui ainda tem apreensão. No início, bem no início, os médicos não estavam aprovando muito, mas a gente sempre recebeu vacina e nunca perguntou de onde vinha. E tem vários estudos afirmando que era uma boa vacina. Depois desses estudos, todo mundo foi vacinar. Só não tomei antes porque não tinha disponibil­idade.

Aqui eu vejo que principalm­ente os pacientes mais idosos querem porque querem a Sputnik. A AstraZenec­a, a gente viu muito efeito adverso. Todo mundo fala a mesma coisa, os pacientes falam que passaram muito mal.

No centro de saúde, todo dia é um tipo de vacina e a gente vê a diferença. Com a Sputnik, ninguém tem nada. Nunca recebi alguém que tomou a Sputnik e reclamou de muita gripe. A AstraZenec­a deixa dor no corpo, febre.

Nunca tive covid-19. Nem antes, nem depois da vacina. Também não conheço pessoas que tomaram a vacina e pegaram depois. Tenho muitos colegas médicos que formaram comigo ou alguns anos antes e não tiveram nada, nada.

De verdade, no meu ponto de vista, as pessoas aqui abraçaram a vacinação. Aqui tem muita gente anciã e eles super abraçam, aceitam. Mas como trabalho com isso, vejo a preferênci­a por uma e não por outra. Para mim, era bom que as pessoas não tivessem essa questão de uma ou de outra. A vacina é a chance de a gente ficar livre de uma vez por todas dessa peste. É como a da tuberculos­e que a gente toma criancinha: a vacina BCG não vai livrar da tuberculos­e, mas das formas graves, da mesma forma que a vacina da gripe.

Não é para as pessoas esperarem mais de uma do que da outra. Todo mundo devia abraçar a que tiver. O quanto antes tiver uma imunização em massa melhor para tentar voltar ao normal".

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