RELATO DE BRASILEIRA VACINADA COM A SPUTNIK V
um tempão na linha de frente da covid-19. Saí no fim do ano e agora estou de novo. Eu estava trabalhando num hospital em que a demanda era gigantesca e tive que voltar porque o Ministério da Saúde vai chamando os médicos de novo. Agora, trabalho em um centro de vacinação.
Fui vacinada com a Sputnik em março. Meu marido trabalha no Samu daqui (da Argentina, onde o casal mora). Ele também é médico e os médicos do Samu estavam recebendo primeiro. Tomei e não tive nada, de verdade. Eu e meu marido não tivemos nada. A única coisa que ele teve foi sono e eu nem isso. Tive uma dor no local, como qualquer vacina na aplicação, mas só.
Aqui ainda tem apreensão. No início, bem no início, os médicos não estavam aprovando muito, mas a gente sempre recebeu vacina e nunca perguntou de onde vinha. E tem vários estudos afirmando que era uma boa vacina. Depois desses estudos, todo mundo foi vacinar. Só não tomei antes porque não tinha disponibilidade.
Aqui eu vejo que principalmente os pacientes mais idosos querem porque querem a Sputnik. A AstraZeneca, a gente viu muito efeito adverso. Todo mundo fala a mesma coisa, os pacientes falam que passaram muito mal.
No centro de saúde, todo dia é um tipo de vacina e a gente vê a diferença. Com a Sputnik, ninguém tem nada. Nunca recebi alguém que tomou a Sputnik e reclamou de muita gripe. A AstraZeneca deixa dor no corpo, febre.
Nunca tive covid-19. Nem antes, nem depois da vacina. Também não conheço pessoas que tomaram a vacina e pegaram depois. Tenho muitos colegas médicos que formaram comigo ou alguns anos antes e não tiveram nada, nada.
De verdade, no meu ponto de vista, as pessoas aqui abraçaram a vacinação. Aqui tem muita gente anciã e eles super abraçam, aceitam. Mas como trabalho com isso, vejo a preferência por uma e não por outra. Para mim, era bom que as pessoas não tivessem essa questão de uma ou de outra. A vacina é a chance de a gente ficar livre de uma vez por todas dessa peste. É como a da tuberculose que a gente toma criancinha: a vacina BCG não vai livrar da tuberculose, mas das formas graves, da mesma forma que a vacina da gripe.
Não é para as pessoas esperarem mais de uma do que da outra. Todo mundo devia abraçar a que tiver. O quanto antes tiver uma imunização em massa melhor para tentar voltar ao normal".