Salvador parou para ver e saudar o retorno de Martha Rocha
“Gente chorava. (...) Ao seu aparecimento, todos os rostos eram uma expressão de alegria e embevecimento. Se algum paralítico saísse andando naquele momento, não duvidem, teríamos uma nova ‘santa’ milagrosa a essas horas”, analisa Martins, que além de tentar antecipar o feito de Irmã Dulce, também conferiu à sua perfilada, bem antes de Carla Perez existir, o título de “Cinderela baiana”.
Robatto, outro que se refere a Martha como uma espécie de Cinderela, narra as cenas que provam o entusiasmo do repórter. “Agora Salvador acorre em peso às ruas para ver em carne e osso a célebre moça bonita que fechou o comércio. As repartições públicas ficaram desertas, os balcões e escritórios foram abandonados, e na Rua Chile verdadeira multidão se comprimia, vibrando, na maior demonstração já feita em Salvador à graça e aos encantos da mulher”.
Filha do cineasta, a atriz e jornalista Sônia Robatto, 83 anos, contou à Baianidades que o curta, de 8 minutos, foi uma peça de propaganda bancada pela Fratelli Vita.
“Foi um dos poucos filmes encomendados de meu pai”, conta a filha de Alexandre Robatto (1908-1981), que acompanhou de perto parte das filmagens.
“No dia, eu estava defronte do Cine Guarani [atual Cine Glauber], na Castro Alves. Eu lembro que foi a coisa mais cheia de gente que eu já vi na minha vida. E o povo gritando muito. Não foi uma coisa simples. Estavam eufóricos por ela”, relembra ela.
Atriz e jornalista, filha do cineasta Alexandre Robatto Filho
Cineasta que registrou retorno de Martha Rocha